O escultor Machado de Castro ganhou notoriedade com a estátua de D. José e teve um papel importante no ensino das artes em Portugal.
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Joaquim Machado de Castro é um dos grandes escultores portugueses. É assim que Sandra Costa Saldanha, professora de história de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, se refere a Joaquim Machado de Castro, que morreu há 200 anos.
O escultor nasceu em Coimbra, em 1731, mas foi aos 40 anos, em Lisboa, que ganhou notoriedade. "A estátua equestre do rei D. José, no Terreiro do Paço em Lisboa, é, na realidade, a obra que vai projetar este escultor".
Machado de Castro acaba também por ter um papel fundamental no ensino das artes no país ao ser "responsável por aquilo que foi uma escola de escultura, fundada em Lisboa, associada às obras régias na segunda metade do século XVIII".
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Segundo a docente, no Laboratório da Escultura "é implementado um ensino absolutamente pioneiro". "De alguma forma está naquilo que são as origens do ensino académico que, depois, se viria sobretudo a desenvolver a partir do século XIX".
Neste percurso de Machado de Castro há, no entanto, um período menos conhecido, passado em Coimbra, e que é anterior à encomenda da estátua do rei. "Um período evidentemente de formação de juventude, de passagem por Coimbra, cujo papel temos de compreender, o leva de Coimbra do ponto de vista formação e da bagagem cultural e artística. Mas é também um período de atividade que terá iniciado seguramente antes dos 20 anos".
O passado do escultor foi o mote para o Colóquio "Joaquim Machado de Castro (1731-1822) - uma formação com futuro", no Museu Nacional Machado de Castro, de Coimbra, no dia em que se assinalou os 200 anos da morte do escultor.
"O que se pretende é uma espécie de pontapé de saída para todo um percurso de investigação que é necessário fazer não apenas sobre Machado de Castro mas sobre o universo escultórico em Coimbra", afirma a diretora do museu, Maria de Lurdes Craveiro.
200 anos depois da morte de Machado de Castro, a ligação a Coimbra é mais estreita, depois de ter sido identificada uma obra cerâmica do escultor no museu. "Um Neptuno feito na Fábrica do Rato, no século XVIII, à qual não tem sido dada a devida atenção. A partir deste momento pensamos em projetar essa obra".