Nas imediações das Caldas de Monchique, tendo um cenário pintado de preto como pano de fundo, O Maximino mantém identidade serrana, com alguns pratos tradicionais que figuram no lote das especialidades da casa.
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A serra de Monchique, hoje pintada de negro na sequência de mais um pavoroso incêndio que delapidou o património florestal do Algarve e do país, continua a merecer visita. Agora, mais do que nunca.
Para que a gastronomia serrana mantenha percurso firme de afirmação no panorama nacional, com produtos de qualidade e sabor únicos.
Um exemplo de tenacidade e de obstinação perante o fogo foi dado pelo proprietário, há dezena e meia de anos, do restaurante O Maximino, em Pocilgais, a pouca distância - cerca de 1 km - da rotunda das Caldas de Monchique.
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O restaurante escapou incólume e continua a ser uma referência local para saborear bons pitéus. O estabelecimento ocupa o piso térreo de uma moradia igual a muitas, com algumas mesas colocadas no exterior. Espaço interior amplo, com um vasto balcão à entrada, do lado direito, sobre o qual pendem vários presuntos.
Mesas, cobertas com toalhas em papel, e cadeiras em madeira. Tudo simples, sem luxos, nesta casa de ambiente descontraído e decoração com um toque rústico. É um restaurante popular em toda a essência, em que os grelhados assumem papel destacado.
Na ementa, as entradas não fogem ao tradicional, embora seja de enaltecer a qualidade do presunto, uma especialidade da casa. Excelente... Queijo, chouriço, morcela, farinheira completam o ramalhete entradeiro, que não dispensa o saboroso pão, cozido em forno a lenha.
Apesar da proximidade do mar, é restrito o número de pratos de peixe, limitados ao bacalhau: à casa; na brasa ou cozido, neste caso com grão. Aposta justificada, em absoluto e com boa nota.
Alternativa: ensopado de enguias.
As codornizes -- grelhadas, de alhada ou de cebolada - ocupam um capítulo da lista, em que carne de porco está em destaque. De lombinhos na brasa a espetada; febras; entremeada; assadura; costeletas ou entrecosto na brasa, nada falta.
De porco alentejano há abanicos, presas, secretos, plumas e mista e de vitela ou de borrego, a costeleta passa pelas brasas.
Por encomenda, estão disponíveis cabrito no forno e as especialidades da casa. Pratos que justificam a deslocação e que fazem parte do receituário local: galinha de cabidela ou cerejada; frita com alho, é servida com arroz de miúdos, tostado no forno,
Outra prato único é o coelho recheado. Um verdadeiro pitéu: a carne é marinada, para ganhar sabor, depois grelhada na brasa e recheada, sendo acompanhada com arroz de miúdos.
Outras opções são coelho de cebolada ou à caçador.
Domingo, é dia de cozido à monchiqueiro. É incorporada apenas carne de porco preto, cozida em separado. As couves da serra dão outro sabor a este prato confecionado nos meses em que o mercúrio anda mais baixo no termómetro.
Doçaria convencional. Garrafeira limitada. Serviço muito simpático neste restaurante popular, com boa relação qualidade-preço e que faz gala em alguns dos pratos mais tradicionais da serra. O MAXIMINO, junto às Caldas de Monchique.
Localização: Pocilgais (Monchique)
Telefine: 282 911 427