Neste Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, vamos conhecer Caui, que chama "desafios" às perturbações do espetro, e Joe, um "pai emprestado" que diz que o autismo foi a melhor coisa que lhe aconteceu na vida.
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Carolina é mais conhecida por Caui. Ela simula o telefonema ao microfone para explicar o que faz todos os dias na Associação Vencer Autismo.
Tem 18 anos e este ano não está a estudar. Desistiu do curso de cenografia. O sonho dela é ser atriz e entretanto vai alimentando com Joe, o marido da mãe, um canal no Youtube.
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Caui é uma miúda com autismo e explica o que isso é: "É uma coisa que algumas pessoas têm, que implica dificuldade em fazer amigos, dificuldade em contacto visual, dificuldade em flexibilidade e dificuldade, nos ditos normais, em entenderem".
E mais uma coisa, acrescenta, "muita sabedoria". "Alguns meninos com autismo têm dificuldade em falar, todos têm dificuldade em ter contacto visual e fazem muitas estereotipias que dão muito nas vistas".
Caui diz que não gosta "de dizer que as pessoas têm autismo". E esclarece: "Gosto de dizer que têm desafios".
Ela tenta dar um exemplo. "Sempre que te corre alguma coisa mal, tens que te queixar, porque imagina que és pequenino e tens que pegar em algo muito grande, tens que dizer que é muito grande".
O mundo dos outros às vezes pode ser muito grande para os autistas. Mas Caui já aprendeu uma lição: "Temos duas opções ou sermos felizes ou não. A minha opção é ser feliz, até ao fim da minha vida".
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Joe Santos é casado com Susana Silva, a mãe da Caui. "A prioridade dos miúdos com autismo é a felicidade, por isso temos tanto a prender com eles", acredita.
"O melhor que aconteceu na minha vida foi o autismo da Caui", garante Joe, acrescentando: "A viagem que fizemos para ajudá-la a ser autónoma e ter que entrar no seu mundo com tanta intensidade tem-nos dado uma visão diferente da vida. Se todos priorizássemos a felicidade, éramos mais felizes".
Essa é uma das mensagens que Joe faz questão de passar nas palestras e workshops que dá em nome da Vencer Autismo. Ideias simples, que às vezes a velocidade dos dias e os desafios das rotinas fazem esquecer.