Professor e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto defende que, para o desconfinamento, devem estar previstas as contingências e os imponderáveis.
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Henrique Barros acredita que o Governo já está a trabalhar num plano para o desconfinamento gradual, mas avisa que é preciso antecipar eventuais problemas.
Para o professor e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, "nessa tomada de decisão devem estar previstos as contingências e os imponderáveis porque nós podemos traçar um caminho e verificar que não podemos ir por esse caminho, por exemplo, porque houve uma mudança na capacidade de transmissibilidade do vírus, porque apareceram mutações que modificam as respostas das vacinas. Agora, é enganador imaginar que é com dois ou três números que nós podemos como se fosse quase uma espécie de mágica mudar imediatamente a nossa vida".
Atualmente a evolução da pandemia permite algum otimismo, mas merece também alguma inquietação.
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"Preocupa-me verdadeiramente ver esta espécie de renascer, de uma certa avaliação otimista, como se dependesse da nossa excecionalidade. Parece que nos esquecemos de que há pouco tempo considerávamos que tínhamos sido muito fracos, que tínhamos sido piores do que os outros. Nós temos de compreender isto para não termos uma relação ansiosa, pouco equilibrada com a infeção porque isso também nos retira capacidade de responder bem".
Henrique Barros considera que, nesta altura, a prioridade deve ser a vacinação, sendo que "não nos podemos esquecer que para o ano teremos, provavelmente, que nos vacinar outra vez. É bom que fique claro para todos nós que esta vacina não é como a vacina do sarampo, ou uma vacina que tomamos e ficamos protegidos para o resto da vida", afirma.
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