Depois dos suinicultores terem falhado uma solução para o tratamento dos esgotos, o Ministério do Ambiente pede à empresa pública Águas de Portugal que crie um modelo que inclua um tarifário.
Corpo do artigo
A Águas de Portugal (AdP) tem até ao final do mês de fevereiro para encontrar uma solução para o tratamento dos efluentes dos produtores de suínos na bacia do rio Lis, no distrito de Leiria.
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, revelou esta quarta-feira que, no final de fevereiro, "uma solução técnica com um proposta de tarifário" será apresentada pela AdP, com vista à resolução do eterno problema da Ribeira dos Milagres.
TSF\audio\2018\02\noticias\14\z_matos_fernandes_despoluicao_do_rio_lis_14h
Em declarações aos deputados, na comissão parlamentar de Economia, João Pedro Matos Fernandes explicou que a RESILIS (entidade de gestão dos efluentes das suiniculturas de Leiria) não conseguiu concretizar a construção de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), apesar de ter disponíveis 9 milhões de euros em fundos comunitários para uma obra que custava 11,5 milhões de euros.
Agora, perante este impasse, o ministro do Ambiente adiantou aos jornalistas, no final da audição parlamentar, que a solução passa pelo setor público. "Nós temos a absoluta consciência de que a dimensão do problema obriga a uma intervenção pública", sublinha.
"Não há razão para confiar em quem, ao longo de muito tempo, disse que ia resolver e não resolveu" e "aqui chegados depois de um longo período - a que eu serei brando e chamarei de equívocos -, chegamos a um momento em que terá que haver uma proposta pública", justifica Matos Fernandes.
Esta será "uma proposta pública através das AdP em conjunto com as autarquias para encontrarmos uma solução que terá custos de operação, como qualquer outra ETAR, e terá que ter uma tarifa associada e garantias de depósito dos efluentes por parte de quem os produz".
O desenho da proposta "está em construção" e passa pela construção de uma ETAR "de menor dimensão" do que aquela que estava originalmente projetada mas utilizando a capacidade sobrante de algumas ETAR das Águas do Centro para onde podem ser "transportados alguns efluentes em camiões cisterna", defende o ministro do Ambiente.