É de Roberto Santandreu a fotografia que faz a capa de "Galinhas do Mato", o último disco de Zeca Afonso. "Foi tirada em Azeitão."
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No dia do aniversário da mãe, 22 de novembro de 1973, Roberto Santandreu, ao fugir do Chile de Pinochet, passou em Lisboa. Foram quatro horas em que passeou um pouco e experimentou pela primeira vez vinho do Porto. Apesar de lhe ter ficado gravado na memória que a cidade era cinzenta, despertou-lhe alguma curiosidade. Cerca de um ano depois, quando vivia em Inglaterra, ao ver as fotografias de um amigo, também fotógrafo, sobre o 25 de Abril, não teve duvidas: "tinha de voltar a Lisboa".
Conheceu Zeca Afonso no Bairro Alto, na Opinião e na Trave. O músico, poeta, professor, mostrou curiosidade sobre o Chile de Pinochet, de que Roberto Santandreu fugira, e os dois ficaram amigos. Zélia, mulher de Zeca pediu a Santandreu que é (e era na altura) fotógrafo, que tirasse uns retratos para os discos da editora Orfeu.
Foi na Fuzeta que Roberto fotografou pela primeira vez Zeca Afonso. E foi também durante essas sessões, nesses dias, que acabou por aprofundar a relação com a mulher que ainda hoje é a sua companheira.
Mais tarde, já em Azeitão, voltou a fazer pousar a objetiva no rosto de Zeca Afonso. Uma das fotografias que saiu dessa sessão é a capa de "Galinhas do Mato", o último disco de Zeca.