O primeiro-ministro, António Costa, considerou que Portugal perdeu "uma grande referência da causa pública" com a morte, hoje, do "pai do Serviço Nacional de Saúde", António Arnaut.
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"Portugal perdeu aquele que é o pai do nosso Serviço Nacional de Saúde, uma grande referência como governante, como deputado e democrata, como grande defensor da causa pública e que nos legou algo que é precioso e que é, seguramente, algo de mais importante que o 25 de Abril nos deixou, que é podermos ter um Serviço Nacional de Saúde que assegura acessibilidade universal tendencialmente gratuita para todos, independentemente das suas possibilidades económicas", acentuou António Costa à chegada ao aeroporto da Madeira.
António Costa fez esta declaração à chegada à Madeira, onde foi encerrar a cerimónia do Dia do Empresário Madeirense, organizado pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF).
"Infelizmente, mesmo aqueles que são 'pais' do Serviço Nacional de Saúde não deixam de poder ser vítimas da doença e ele bateu-se por ela durante muitos anos. Infelizmente, ela hoje ganhou essa luta mas sei que ele parte com uma vontade muito grande que continuemos o combate de toda a sua vida e, em particular, na preservação e na valorização do nosso Serviço Nacional de Saúde", acrescentou.
O antigo ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde e presidente honorário dos socialistas, morreu hoje em Coimbra, aos 82 anos.
António Costa, antes de partir de Lisboa para a Madeira a fim de participar no Dia do Empresário Madeirense, já tinha decretado, na qualidade de secretário-geral do PS, luto partidário, com a bandeira socialista a meia haste em todas as sedes do país, após a notícia da morte de António Arnaut.
António Arnaut, advogado, nasceu na Cumeeira, concelho de Penela, distrito de Coimbra, em 28 de janeiro de 1936, e estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra.
Presidente honorário do PS desde 2016, Arnaut foi ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Poeta e escritor, António Arnaut envolveu-se desde jovem na oposição ao Estado Novo e participou na comissão distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado.