Obras fictícias e favorecimento de grupos económicos. Arranca comissão de inquérito ao governo madeirense
Em causa estão as acusações do ex-secretário regional Sérgio Marques, de obras inventadas pelo governo regional a partir do ano 2000, pressões externas e favorecimento de grupos económicos na Madeira.
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Arranca esta terça-feira, a comissão parlamentar de inquérito ao alegado favorecimento de grupos económicos pelo executivo madeirense.
Em causa estão as acusações do ex-secretário regional Sérgio Marques, de obras inventadas pelo governo regional a partir do ano 2000, pressões externas e favorecimento de grupos económicos na Madeira. O social-democrata Sérgio Marques fez parte do primeiro governo de Miguel Albuquerque.
A comissão de inquérito tem por base um pedido apresentado pelo grupo parlamentar do PS/Madeira, a maior força política da oposição, e visa investigar o favorecimento dos grupos económicos, como explica Sérgio Gonçalves, líder do PS madeira.
"Em nome dos madeirenses exigimos ao governo do PSD explicações sobre os milhões de euros gastos em obras fictícias, mas também sobre as pressões e interesses a que Miguel Albuquerque tem cedido. Aquilo que todos já sabíamos de alguma forma foi recentemente confessado publicamente pelo próprio PSD. Temos um governo regional e um Presidente do governo, Miguel Albuquerque, que utiliza dinheiros públicos para servir os seus interesses, favorecer alguns grupos económicos da Madeira e não podemos aceitar de forma alguma esta situação. O Presidente do governo regional da Madeira está refém destes interesses económicos, não governa para servir os interesses da região e dos madeirenses, mas sim para servir interesses pessoais partidários e a de alguns grupos económicos".
O PS Madeira pediu o adiamento do inicio dos trabalhos, para poder analisar toda a documentação, mas a maioria PSD/CDS-PP na comissão de inquérito rejeitou o pedido.
"No entendimento do Partido Socialista da Madeira entendíamos que ao solicitarmos diversos documentos deveríamos receber todos esses documentos, ter tempo para os analisar devidamente e depois então procedermos às audições. Recordo que ao abrigo do nosso direito potestativo fizemos um requerimento para três audições. Sendo que da parte da maioria PSD / CDS, que tem também atualmente a maioria na Comissão de inquérito, não houve intenção de se promover este tempo necessário para a realização dos trabalhos".
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O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, optou por responder por escrito à Comissão de Inquérito ao alegado favorecimento de grupos económicos pelo executivo madeirense e às alegadas "obras inventadas".