"Obras inventadas." PS Madeira apresenta queixa no Ministério Público contra o PSD regional
Socialistas madeirenses acusam o partido no Governo regional de manter "um clima de medo que procura esconder a verdade dos madeirenses".
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O PS Madeira vai apresentar queixa no Ministério Público contra o PSD Madeira no caso das "obras inventadas", depois de esta segunda-feira o relatório da comissão de inquérito ter isentado o governo regional de qualquer favorecimento a grupos económicos.
Em declarações à TSF, o líder do PS Madeira, Sérgio Gonçalves, diz que este relatório "deturpa factos e tenta esconder a verdade".
"Perante o relatório da comissão de inquérito decidimos avançar com uma queixa no Ministério Público porque queremos que se investigue a matéria que consideramos ser passível de constituir crime."
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"Estamos a falar de mais de 55 milhões de euros pagos em indemnizações a construtoras por obras inventadas, vários ajustes diretos de concessões sem qualquer concurso público e também acordos judiciais que foram feitos e celebrados por trabalhos ou obras que nunca chegaram a ser realizados", acusa Sérgio Gonçalves.
O líder do PS Madeira diz que não é possível continuar a viver num "regime" que não pensa no que é melhor para os madeirenses.
"Fica evidente que a Madeira é governada com falta de transparência, falta de democracia ou de espírito democrático, num clima de medo que procura esconder a verdade dos madeirenses", lamenta.
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"Passados quase 50 anos do 25 de Abril continuamos a viver neste regime que esconde a verdade dos madeirenses e que não permite efetivamente que vivemos em liberdade e que haja todos estes condicionamentos e estas relações entre o governo regional e grupos económicos, favorecimentos que entendemos não serem em prol dos madeirenses."
Em causa estão as acusações do ex-secretário Sérgio Marques de obras alegadamente "inventadas" pelo governo regional a partir do ano 2000, quando Alberto João Jardim (PSD) era presidente do executivo madeirense, pressões externas e favorecimento de grupos económicos na Madeira.
Segundo o DN/Madeira, a comissão de inquérito concluiu também que nenhum governante foi afastado a pedido de empresas e que estas não exerceram qualquer controlo sobre os órgãos de comunicação social madeirenses.