A empreitada, de cerca de 1,5 milhões de euros, está a cargo da Sociedade Polis Ria Formosa. O pó, o barulho, a falta de estacionamento e a consequente perda de clientela estão a deixar os comerciantes à beira de um ataque de nervos.
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Uma avenida esventrada, barulho e pó. É o que se pode assistir, desde há dois meses, na Avenida 5 de Outubro, em Olhão. A opinião é unânime: a obra de requalificação está a andar demasiado devagar.
Nesta zona ribeirinha da cidade estão situados os mercados municipais, a maioria dos restaurantes e casas de venda de marisco. Muitos comerciantes consideram que as obras deviam ter sido feitas por fases e não em toda a avenida de uma vez só.
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O proprietário de um dos restaurantes lamenta a perda de clientela desde que começaram as obras. "À noite é para esquecer, não aparece ninguém mesmo", queixa-se.
A obra, que vai requalificar esta avenida e os jardins adjacentes, está a cargo da Sociedade Polis Ria Formosa e, nesta primeira fase, deveria terminar no final do mês de maio. No local veem-se apenas três a quatro pessoas a trabalhar e ninguém acredita que os prazos sejam cumpridos. "Nem para o verão está pronto. Isto não anda, está parado", diz outro comerciante.
Também nos mercados municipais, que comercializam peixe, fruta e legumes, as vendas baixaram e muito. "Aqui é mais fiscais do que pessoas que vêm comprar", conta uma cliente.
Nesta altura, o trânsito só circula num sentido e os lugares de estacionamento são diminutos.
Autarca de Olhão admite atraso nas obras
Confrontado com a contestação dos comerciantes, o presidente da Câmara Municipal de Olhão afirma compreender "a ansiedade das pessoas".
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António Miguel Pina explica que, apesar da obra ser da responsabilidade da Sociedade Polis, tem acompanhado de perto o seu desenvolvimento. O autarca revelou que esteve reunido com o dono da empresa, para além do diretor da obra, para perceber como estava o andamento da situação.
"O dono assumiu que há atrasos que se prendem com a aquisição de materiais", mas, mesmo assim, "damos como limite inultrapassável o mês de maio", afirma António Miguel Pina. "Vamos estar em cima e atuantes", garante.