Observatório de Segurança Interna defende "necessidade urgente" de recuperar computador do ex-adjunto
"Quando temos em Portugal uma situação em que há um risco, desatamos a bater nos serviços de informações", condena o presidente do Observatório de Segurança Interna.
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Os Serviço de Informações de Segurança (SIS) fez o que tinha a fazer, defende o Observatório de Segurança Interna (OSI). Em declarações à TSF, Hugo Costeira, o presidente do OSI, defende que o SIS agiu bem ao intervir para recuperar o computador do ex-adjunto de João Galamba, que terá sido levado por Frederico Pinheiro do ministério das Infraestruturas.
Hugo Costeira considera que essa era uma necessidade urgente, tendo em conta a informação classificada que estará nesse computador, e defende que num contexto mundial em que o acesso indevido a informação confidencial põe em causa a segurança de alguns países, a prevenção não pode ser desvalorizada.
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O Hugo Costeira compara mesmo o caso com a divulgação na internet de documentos confidenciais do Pentágono que causou polémica no mês passado e que levou à detenção do responsável pela fuga de informação, Jack Teixeira.
"Andamos há duas semanas a falar do Jack Teixeira nos Estados Unidos e com as preocupações do acesso indevido a informação top secret, portanto, classificada. Portanto, preocupamo-nos tanto com aquilo que passa nos outros países nestas matérias, mas depois, quando temos em Portugal uma situação em que há um risco, desatamos a bater nos serviços de informações", condena.
Esta quarta-feira o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) revelou que por sua própria iniciativa pediu informações sobre a intervenção do Serviço de Informações e Segurança (SIS) no caso da recuperação do computador atribuído a um ex-adjunto governamental com informação classificada.
Hugo Costeira considera que este conselho está a fazer o trabalho que lhe compete.
"O Conselho de Fiscalização do SIRP tem essas atribuições, portanto, pode, quando entender, interpelar os serviços dependentes do SIRP sobre as matérias que entender, porque é um órgão fiscalizador, portanto, vejo isso com toda a naturalidade."