Depois de dez meses em obras, o habitat dos pinguins-de-magalhães no Oceanário recebeu-os de volta
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Estiveram largos meses fora de casa, mas já puderam regressar. Os 29 pinguins-de-magalhães têm uma nova casa no Oceanário de Lisboa. O recinto foi totalmente requalificado e conta agora com uma diferente estrutura que inclui mais espaço para os animais e um ambiente mais parecido com a natureza.
O habitat construído originalmente em 1998 já "apresentava alguns sinais de degradação" especialmente devido às propriedades erosivas da água salgada, explica Hugo Batista, diretor de biologia do Oceanário de Lisboa.
O projeto foi planeado por diversas equipas especializadas constituídas por arquitetos, engenheiros e biólogos. O principal objetivo foi "recriar as áreas onde nidificam na natureza" de modo a "garantir o bem-estar dos animais", garante Hugo Batista. Durante os dez meses em que o espaço esteve em obras, os pinguins foram transferidos para instalações provisórias "com todas as condições de água e ambiente necessárias", reitera.
Além dos pinguins-de-magalhães, o novo habitat também recebe andorinhas-do-mar, tubarões e outros peixes. Neste ambiente que recria as zonas costeiras subantárticas, os animais têm à sua disposição espaço para nadar, gelo, cascatas e rochas que podem explorar. Pedro Pais, aquarista responsável pelo habitat dos pinguins, revela à TSF que os animais "abraçaram as áreas da exposição que ainda eram desconhecidas". A boa dinâmica social dentro da colónia, a exploração da parte subaquática e até mesmo a fome que demonstraram são sinais de que "a rotina e o bem-estar" se mantiveram, assegura Pedro Pais. Aumentar a colónia de pinguins é uma possibilidade e já foram criados ninhos a contar com isso, embora haja cuidado redobrado para não se cruzarem membros da mesma família.
A configuração do novo habitat faz com que haja maior aproximação entre os pinguins e os visitantes do Oceanário de Lisboa. A ilha que agora se encontra no centro do aquário permite que "os animais estejam muito mais próximos do público", que pode também observar os mergulhos dos pinguins a partir do piso inferior, uma vez que "o tanque é mais amplo e tem mais luz", explica Pedro Pais. Estes novos estímulos contribuem para que seja notório o "entusiasmo do reencontro entre pinguins e visitantes", refere o Oceanário de Lisboa numa nota escrita enviada à TSF.
Nessa mesma nota, o Oceanário menciona que esta foi "a primeira grande reconstrução" de um habitat original e envolveu o trabalho de "136 profissionais de 12 nacionalidades". O nome do novo espaço também foi alterado. A nova casa dos pinguins chama-se "Oceano do Sul" e "acompanha uma questão de padronização internacional". O Oceanário de Lisboa tem atualmente a seu cargo oito mil animais marinhos de 500 espécies diferentes.
