Paulo Portas oferece a abertura do Governo e desafia o PS a contribuir para um acordo nacional capaz de reduzir a despesa estrutural do Estado.
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Paulo Portas tentou convencer, esta tarde, António José Seguro que um contributo do PS para reduzir a despesa estrutural do Estado poderia render ao secretário-geral socialista vantagens como potencial candidato a primeiro-ministro.
Na intervenção final do debate e votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros desafiou o PS a fazer parte de um acordo nacional alargado para cortar na despesa do Estado.
Portas diz que para tal não é preciso rever a constituição e pelo Governo oferece aos socialistas disponibilidade e abertura.
Este ministro insistiu também na ideia de que não é preciso mexer no texto fundamental para avançar com as propostas, tentando desta forma tranquilizar o PS.
«A nossa proposta não é um gesto para a galeria. É autêntica, por ser autêntica implica disponibilidade e por implicar disponibilidade significa aceitar negociações, compromissos e cedências de parte a parte», afirma Paulo Portas.
No debate de terça-feira, apesar de momentos de tensão entre António José Seguro e Passos Coelho, Portas diz não ter ouvido um não retundo do primeiro.
«Aproveitemos com cuidado esse espaço, porque o bem que está em causa é um bem maior. Suponho que os portugueses o olhariam e graduariam de outro modo enquanto candidato a primeiro-ministro se nesta hora da verdade contribuisse com a sua marca para um acordo nacional sobre uma despesa que está a mais e deve ser reduzida com sentido de justiça», realçou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.