O PS acusou hoje o primeiro-ministro de fazer «chantagem», rejeitando o desafio para apresentar um Orçamento alternativo, alegando que nunca será boia de salvação do Governo.
Corpo do artigo
Estas posições foram assumidas pelo presidente da bancada do PS, Alberto Martins, depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no encerramento das Jornadas Parlamentares do PSD e CDS, ter lançado um repto à oposição, sobretudo a quem pertence ao arco da governabilidade, para apresentar uma proposta alternativa de Orçamento do Estado para 2014.
«A intervenção do primeiro-ministro confirmou o pior: O Governo vive fora da realidade, distante da vida dos portugueses, os governantes não saem de São Bento. Por mais propaganda que faça, o Governo não consegue esconder o brutal aumento de impostos, os cortes nos salários e pensões, e os cortes na educação e saúde», declarou Alberto Martins.
Sobre o repto feito por Pedro Passos Coelho, Alberto Martins referiu que o PS apresentará propostas de alteração no âmbito da discussão do Orçamento na especialidade, mas frisou que os socialistas, «em nenhuma circunstância», serão «bóia de salvação» deste Governo.
«Não contam com o PS para isso. Este Orçamento do Estado vai enterrar ainda mais o país. É um erro grave que Portugal irá pagar caro. Infelizmente, o primeiro-ministro passou o seu discurso a fazer chantagem aos portugueses, ao PS e ao Tribunal Constitucional, não assumindo as responsabilidades por uma política de falhanço e de empobrecimento contínuo do país», acusou o líder da bancada socialista.
Perante a insistência dos jornalistas na questão de o PS apresentar ou não um Orçamento alternativo, Alberto Martins sustentou que o seu partido «é responsável e responde perante os portugueses».
«Mas não somos boia de salvação de políticas de falhanço e de empobrecimento. O PS tem outro rumo para o país, com uma política alternativa em termos de modelo. Apresentaremos as propostas que considerarmos adequadas, dentro de um quadro geral que é claro: Este rumo não serve os portugueses, porque é desastroso», advogou.
Interrogado se considera que o Tribunal Constitucional está a ser pressionado pelo primeiro-ministro em relação à proposta de Orçamento do Estado para 2014, designadamente quando Pedro Passos Coelho fala sobre incerteza, Alberto Martins contrapôs que o Tribunal Constitucional «já deu provas suficientes que não é suscetível de responder e de se deixar sugestionar com as chantagens».
«O problema do primeiro-ministro não é com o Tribunal Constitucional, mas com o Estado de Direito, com a democracia, com a Constituição e com a República», acrescentou.