O partido garante, no entanto, que vai dar o seu contributo "na generalidade e na especialidade, mesmo que vote contra" o orçamento.
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O PAN manifestou-se muito distante de um voto a favor "tal como está" o Orçamento do Estado para 2021, pedindo ao Governo "maior abertura" para que este documento "não tenha a marca exclusiva do PS". Numa análise preliminar à proposta do Governo do Orçamento do Estado para 2021, a líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real, apontou que o documento é "mais do mesmo, de continuidade" e "não tem rasgo" nem ambição.
"Neste momento estamos a analisar o orçamento. A nossa comissão política nacional terá também que se pronunciar. Tal como está o orçamento, estamos muito distantes de aquilo que possa ser um voto favorável ao orçamento", adiantou.
Para o PAN, "o Governo tem de ser mais ambicioso naquilo que é a viragem deste orçamento". Apesar de terem sido acolhidas algumas propostas do partido, o documento "está muito aquém das necessidades para o país", sustentou.
"Tem de haver uma maior abertura para que este orçamento não tenha a marca exclusiva do PS", pediu, lembrando que os socialistas não têm maioria absoluta e por isso o OE2021 "tem de respeitar a representatividade de todas as forças políticas" no parlamento.
De acordo com Inês Sousa Real, "independentemente da marca política" que cada um dos partidos "deseja ter neste orçamento", é fundamental que nenhuma força política se demita de dar o seu contributo "seja na generalidade seja na especialidade".
"Mesmo que, por mera hipótese, votássemos contra este orçamento isso não significaria que deixávamos de apresentar as nossas propostas para a especialidade", assegurou.
A deputada do PAN deixou claro que "neste momento está tudo em aberto" uma vez que "o Governo demonstrou especialidade para continuar a negociar com o PAN", um caminho que o partido promete fazer.
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A proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021 prevê uma recessão de 8,5% este ano e um crescimento da economia de 5,4% no próximo.
No documento, entregue à Assembleia da República pelo ministro das Finanças, João Leão, na segunda-feira à noite, o Governo estima que a economia volte a crescer 3,4% em 2022, "ano em que se alcança um nível de PIB equivalente ao registado no período pré-crise pandémica".
Segundo a proposta de Orçamento, também será em 2022 que Portugal voltará a cumprir as regras impostas por Bruxelas relativas ao défice orçamental, que deverá atingir 7,3% do PIB em 2020, 4,3% em 2021 e 2,8% em 2022.
O Governo estima que o rácio da dívida pública registe uma melhoria em 2021, passando a representar 130,9% do PIB, depois de atingir os 134,8% em 2020.
Quanto ao desemprego, este ano deverá subir até uma taxa de 8,7%, descendo em 2021 para os 8,2%.
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