João Oliveira relevou à TSF como foi a discussão do Orçamento do Estado para 2021 e assegurou, relativamente ao Bloco de Esquerda, que não se ilude sobre os inimigos.
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João Oliveira acredita que o Orçamento de Estado para 2021 foi a "discussão mais difícil" dos últimos seis anos porque "a situação do país é a mais difícil de todas" e "as perspetivas da evolução não são animadoras". O líder da bancada parlamentar comunista recorda que foi preciso uma "discussão muito a fundo" e, ainda assim, "só uma parte das propostas do PCP foi acolhida".
Em declarações à TSF, durante o Congresso do PCP, o deputado comunista acusou o Governo de "continuar a condicionar opções em função de critérios como o défice" quando, diz, "as dificuldades precisam de um esforço por parte do OE com investimento público, medidas de apoio social, medidas de reforço dos serviços públicos, de apoio de direto às pequenas e médias empresas".
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Contudo, "muitas das propostas do PCP acabaram por apontar num sentido inverso [ao critério do défice] e são medidas que dão respostas imediatas que é preciso assegurar". João Oliveira explicou ainda que "estão inscritas no OE [medidas] sem necessidade de regulamentação por parte do Governo", ou seja, "a eficácia imediata está garantida" e "a execução não fica dependente de nada".
Relativamente à possibilidade de o Governo se apropriar das propostas do PCP, João Oliveira admite que é um "risco que continua colocado", realçando que as propostas enaltecidas pelo ministro das Finanças no final da discussão da votação global final "são quase todas elas propostas do PCP".
O líder da bancada parlamentar do PCP, questionado sobre o Bloco de Esquerda, garantiu que não há ilusões "relativamente aos inimigos principais e aos problemas a que é preciso dar resposta com prioridade".
Por outro lado, reitera, "não é o Governo que conta com o PCP, são os trabalhadores e o povo para recusar o que é negativo e apoiar o que é positivo". Aliás, lembra, "quando houve orçamento suplementar que cortava salários, que não garantia apoios sociais, que deixava setores económicos inteiros à beira da ruína, o PCP votou contra".