No Fórum da TSF, presidente da Associação das Forças Armadas considerou mesmo que há um aproveitamento político preocupante no caso das mortes no curso de Comandos
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O presidente da Associação dos Oficiais Das Forças Armadas, tenente - coronel António Mota diz que que este não é o momento para se discutir a extinção dos Comandos, uma tropa que, sublinha, tem características insubstituíveis.
O responsável confessa que fica preocupado com a forma de como o debate está ser feito.
Também o presidente da Associação de Sargentos considera que esta não é a altura certa para discutir o futuro dos Comandos. Para José Gonçalves "a pressa não é boa conselheira".
A ideia de extinguir os comandos, na sequência da morte de dois militares desta força, foi sugerida pela coordenadora do Bloco de Esquerda no sábado passado.
Hoje, no Fórum da TSF, Pedro Filipe Soares explicou a posição do partido.
Para Rui Fernandes, a comissão politica do PCP, defendeu, também no Fórum da TSF, que uma eventual extinção dos comandos não deve ser determinada por elementos circunstanciais e por isso é preciso esperar pelo resultado das investigações que estão a decorrer.
Dois militares dos Comandos do Exército morreram na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que decorreu no domingo passado (04 de setembro).
No dia do treino, um militar morreu e vários outros receberam assistência hospitalar.
No sábado, morreu Dylan Araújo da Silva, que estava internado em estado muito grave, com complicações hepáticas, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, desde o dia 06 de setembro.
O caso já desencadeou investigações na Justiça, instauradas quer pelo chefe do Estado-Maior do Exército, quer pela Procuradoria-Geral da República, e levou à suspensão dos cursos de Comandos do Exército.
No sábado, a coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu a extinção do regimento, por entender que não responde a uma "necessidade específica" da atual sociedade.
Catarina Martins lembrou que os Comandos estiveram extintos entre 1993 e 2002, tendo sido reativados quando Paulo Portas foi ministro da Defesa.