Organismo criado pela Assembleia da República sente que o trabalho que tem desenvolvido não é ouvido.
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Começou a funcionar há um ano e, em jeito de retrospetiva, o Observatório Técnico Independente (OTI) tem a lamentar que nem sempre as suas recomendações sobre incêndios florestais sejam aproveitadas.
Em declarações à TSF, o presidente deste organismo criado pela Assembleia da República, Francisco Rego, reconhece alguma frustração.
"Há algumas falhas na perceção e utilização das nossas recomendações, que me parece que são bastante trabalhadas, sérias e maduras", lamenta o presidente do OTI. Este é um órgão que, como explica o próprio, é formado por "dez elementos, todos com formações diversas, que convergem nalgumas análises e sínteses".
"Não tem havido um aproveitamento, pelas entidades, daquele que tem sido o nosso trabalho. Essa é uma frustração que sentimos em relação ao trabalho que estamos a desenvolver", reconhece.
Além desta frustração, Francisco Rego admite estar preocupado com os atrasos na revisão do plano nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais. À TSF, o presidente do OTI explica que o observatório tem de dar um parecer sobre o documento, que deveria ser elaborado, até fevereiro, pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Florestais (AGIF), algo que não aconteceu.
"É uma peça central do sistema, sobre a qual temos a obrigação de nos debruçar. Já nós deveríamos debruçar sobre a revisão do plano e ele ainda nem existe", revela Francisco Rego. O OTI tem pedido informações sobre este mesmo plano à AGIF, sem sucesso.
"Consideramos bastante incompreensível, o nosso parecer e as nossas recomendações poderiam ser úteis para a melhoria do plano, apesar de o desconhecermos", remata.
Apesar do alerta, o presidente do OTI faz um balanço positivo do primeiro ano deste organismo, sublinhando o esforço que a Protecção Civil tem feito de integrar as recomendações do OTI e a forma como os seus elementos têm sido recebidos no Parlamento.