“Onde não houve luta, as portagens vão continuar." Dia 1 de janeiro há um buzinão por "bons motivos"
Após a abolição das portagens, Comissão de Utentes da Via do Infante exige que se retirem os pórticos de pagamento desta ex-SCUT
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Ao longo dos anos, fizeram muitos buzinões, muitas marchas lentas e conferências de imprensa. Desta vez, a Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) apela a outro buzinão no dia 1 de janeiro, mas por aquilo que considera ser um bom motivo: a abolição das portagens.
João Vasconcelos, o representante desta comissão, afirma, em declarações à TSF, que só através de "muita luta" foi possível chegar a este desfecho. “Onde não houve luta, as portagens vão continuar”, refere.
E prossegue: "Nós sabemos que é difícil estar a organizar um movimento, tendo em conta a passagem de ano, mas a nossa ideia é fazer o apelo para que todos os condutores que utilizem a Via do Infante e nos acessos às cidades, neste dia, possam fazer um buzinão." A CUVI pede que esse ato seja realizado entre as 10h00 e as 12h00 e entre as 16h00 e 18h00.
O também ex-deputado do Bloco de Esquerda, que foi o rosto do protesto durante 13 anos, considera também imperativo que os pórticos sejam retirados da Via do Infante. Para não haver “tentações” de futuros governos. "O que é que os pórticos estão lá a fazer?”, questiona. "Imaginemos que temos um Governo de maioria absoluta (...) pode haver a tentação de querer voltar a implementar as portagens no Algarve”, admite.
A CUVI, que realizou um almoço no domingo, dia 8 de dezembro, para assinalar a data de implementação das portagens e saudar a sua abolição, escreve em comunicado que “foram 13 anos a destruir o Algarve durante a vigência de seis governos (cinco anos de governos PSD/CDS e oito anos de governos PS) e foram 14 anos de luta desde 2010, quando foram anunciadas portagens para o Algarve e foi criada a Comissão de Utentes”.
Contra a vontade do Governo, a abolição das portagens nas ex-SCUT foi uma proposta do Partido Socialista que passou na Assembleia da República com os votos contra do PSD e CDS.
As portagens deixam de ser pagas a partir do dia 1 de janeiro nestas vias rápidas do interior do país e onde se considerou que não havia alternativas, como é o caso do Algarve.