Onde pára o dinheiro dos donativos? Câmaras de Pedrógão e Figueiró não respondem
A pergunta foi dirigida às três autarquias mais atingidas pelos incêndios de junho de 2017 num requerimento assinado por três deputados do PSD. Só respondeu Castanheira de Pêra.
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Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos - as duas câmaras atualmente na mão do PS - não responderam ao requerimento assinado por três deputados do PSD, onde se incluem Teresa Morais.
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"É para nós uma questão de transparência que é devida aos cidadãos que fizeram donativos e que têm o direito de saber o que fizeram com eles e é também do interesse dos próprios autarcas clarificarem - se eles foram recetores diretos desses donativos - como é que os utilizaram", sublinha a deputada, que acrescenta que se trata da "defesa do seu próprio bom nome, uma vez que circulam muitos rumores sobre a forma como esses donativos terão sido utilizados".
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A deputada social-democrata, eleita pelo distrito de Leiria, quer acreditar que, apesar do prazo já se ter esgotado, as respostas das duas autarquias ainda hão de chegar ao parlamento: "Se a resposta não chegar dentro de um tempo razoável - mais uma ou duas semanas - ponderarei o que fazer a seguir, porque não há uma sanção prevista para a falta de resposta. A sanção é a censura pública".
Dentro do prazo estipulado, apenas a Câmara de Castanheira de Pera, liderada pelo PSD, respondeu. "A presidente de Câmara responde que a câmara recebeu cerca de 12.987 euros que transferiu integralmente para o fundo REVITA e que os donativos em espécie, desde cedo, começaram a ser geridos por uma ONG - Médicos do Mundo - e portanto não foi a Câmara que fez a gestão desses donativos", adianta Teresa Morais.
Já depois do requerimento enviado pelos deputados do PSD, a Visão noticiou casos alegadamente fraudulentos de reconstrução de casas. Teresa Morais diz que não ficou surpreendida com a notícia, porque "ouvia boatos" no terreno, mas garante que "se conhecesse situações com relevância criminal as teria comunicado ao Ministério Público".