A Autoridade para as Condições do Trabalho fiscalizou perto de 1250 empresas e detetou infrações às regras em cerca de 750.
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Dois terços das empresas fiscalizadas até ao momento pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) não estão a cumprir as regras impostas pelo Governo, no âmbito da pandemia de Covid-19.
Em entrevista à TSF, a inspetora-geral do trabalho, Maria Fernanda Campos, revela os primeiros dados decorrentes da operação de fiscalização que está, há duas semanas, no terreno.
"Entre não cumprimento de teletrabalho obrigatório, o desfasamento horário e exposição a riscos, temos cerca de 750 infrações identificadas. Portanto, em quase 1250 empresas em que já fizemos intervenção, já tivemos a identificação destas infrações - umas muito graves, outras leves, mas todas com esta sinalização de que alguma coisa não está a correr bem", adianta a inspetora-geral da ACT.
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As empresas infratoras podem ter de pagar multas de mais de 56 mil euros, mas, para já, ainda nenhum foi alvo dessa penalização. Só depois de terminada a operação de fiscalização serão aplicadas multas.
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Maria Fernanda Campos garante ainda à TSF que a ACT está a reforçar os meios para aumentar a fiscalização no terreno.
"No dia de hoje, os serviços vão ser reforçados com mais 54 viaturas para podermos ir para o terreno" e "estamos a terminar um estágio de 80 inspetores - que vão, a breve trecho, engrossar o nosso quadro de inspetores de trabalho - e a preparar recrutamento para mais cerca de 60 inspetores e técnicos superiores", informa a responsável.
Ouvida pela TSF, a presidente do Sindicato dos Inspectores do Trabalho, Carla Cardoso, assegura que o cenário na ACT está longe de ser "cor de rosa".
A sindicalita considera que os carros que vão agora chegar continuarão a ser poucos e adianta que muitos inspetores têm andado a pé.
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"Os oitenta colegas que agora vão entrar, só estarão a trabalhar no terreno, com muito boa vontade, no verão" e "estes carros obviamente que vão ajudar, mas temos que atender ao vazio que existiu até agora", reclama Carla Cardoso.
"E estes cinquenta e poucos carros só vêm por dois meses, são os chamados alugueres de curta duração", ressalta. "Se, atempadamente, não for feita a renovação dese aluguer, daqui a dois meses temos outra vez estes serviços de quarenta e tal pessoas com dois ou três carros".
Notícia atualizada às 11h04
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