Operação de fiscalização. Alvos da PSP na noite em Lisboa
A Polícia de Segurança Pública tem reforçado a vigilância nocturna, em Lisboa, com operações de intervenção e fiscalização preventiva, centradas no Bairro Alto, Cais do Sodré, Docas e Santos. Reportagem TSF noite dentro com uma equipa da 1.ª Divisão da PSP de Lisboa.
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Ponto de encontro: esquadra da 1.ª divisão da PSP de Lisboa, na Rua da Palma, 11 da noite.
Um grupo de jovens encontra-se à porta do Palacete da Folgosa, onde está instalada a esquadra. Estão prontos para uma noite que promete acabar perto das 4 da madrugada. Vestidos à civil, confundem-se com outros grupos de jovens que percorrem as ruas em direcção ao Bairro Alto. São cinco agentes da PSP, numa "operação de fiscalização de estabelecimentos, direccionada para um problema que tem sido alvo de várias reclamações: o ruído", explica a sub-comissária Magda Pereira, que servirá de guia e porta-voz nesta noite com a TSF.
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A equipa desloca-se a pé, porque "não há viaturas disponíveis" e, por norma, não vai fardada, neste tipo de operações. Assim, os agentes "conseguem aperceber-se das situações de forma mais fácil e os estabelecimentos não tomam medidas preventivas, para não serem autuados", ou seja, são apanhados de surpresa.
A Rua da Atalaia, a mais movimentada e ruidosa do Bairro Alto, concentra a maioria dos alvos desta operação.
A equipa da PSP divide-se para conseguir cobrir todos os bares que estão numa lista de alvos "algo extensa", afirma o chefe João Dias, quase sempre agarrado ao telemóvel e à folha com o nome dos estabelecimentos.
Mais tarde, explicará que além de fiscalizar o ruído, nesta noite, a 1.ª Divisão está também empenhada em fiscalizar as lojas de conveniência.
João Dias nota que a noite de sexta-feira costuma ser a mais movimentada, mas a animação prolonga-se pelo fim-de-semana.
A operação começa no Bairro Alto, onde os bares têm de encerrar às duas da madrugada, excepto em noites de fim-de-semana e véspera de feriados. A partir desse momento, há uma deslocação para o Cais do Sodré "para continuarem a divertir-se mais umas horas", uma vez que nesta zona, as portas podem continuar abertas até às 04h.
Sozinho no Bairro Alto, Pablo Carvalho salienta que "amo esse lugar". Aqui, encontra "muito mais um mix de cultura, mais barulho do que o Cais do Sodré". Frequentador habitual da noite lisboeta, o cidadão brasileiro conta que já se deparou com "algumas brigas". Por vezes, às pessoas exaltam-se, mas Pablo "tenta sair fora" e nunca teve medo.
À porta de um dos bares, o segurança David Vieira concorda. "Faz-se bem e tudo se resolve." Em quatro meses, "nunca cheguei a vias de facto", garante, enquanto é abordado pela equipa da PSP.
Descendo do Bairro Alto para o Cais do Sodré, o chefe João Dias continua atento ao trabalho das outras equipas de serviço nocturno nas lojas de conveniência. É uma fiscalização "para perceber se estão a funcionar fora de horas", porque por venderem bebidas alcoólicas mais baratas, levam a um maior consumo, e muitas vezes, o vidro é "usado como arma de arremesso", em caso de desordens públicas.
Depois das três da manhã, Magda Pereira dá por terminada a operação, com um "balanço positivo". Em cerca de 15 estabelecimentos fiscalizados, sete estavam em infracção, por terem música projectada depois das 23h, com portas e janelas abertas. Outros três estabelecimentos não tinham limitador de som. Foram todos autuados.
A autora não segue as normas do novo acordo ortográfico
