Operação na Rua do Benformoso: "Onde a Provedoria da Justiça vê agora falências, o Ministério Público não viu. Muito me estranha"
Ouvido pela TSF, Bruno Pereira sublinha que a operação e aquilo que a provedoria considera falhas foram levadas a cabo tendo em conta a segurança de intervenção
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O presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia, Bruno Pereira, “estranha” que a Provedoria da Justiça tenha encontrado falhas na operação da PSP na rua do Benformoso, em dezembro do ano passado, quando o próprio Ministério Público (MP) não viu falhas.
Na sequência de uma queixa recebida, a Provedoria de Justiça analisou a ação policial que decorreu na rua do Benformoso, em que dezenas de pessoas estavam encostadas à parede, com as mãos no ar, para serem revistadas por agentes da PSP. Para esta entidade, "foram detetadas falhas graves na planificação da operação quanto à 'previsão da necessidade de realização de revistas pessoais e sua justificação'".
No entanto, ouvido pela TSF, Bruno Pereira acredita que “as revistas pessoas que foram executadas tiveram por base a apreensão provável de objetos que já tinham levado à morte de pessoas”, ou seja, aconteceram por “questões de segurança”-
"Onde a Provedoria vê agora falências, o Ministério Público não viu. Muito me estranha", disse.
Questionado sobre se o Ministério da Administração Interna (MAI) devia ter dado mais esclarecimentos sobre a operação, Bruno Pereira considerou que qualquer decisão será sempre política e não jurídica.
No dia 19 de dezembro de 2024, foram revistadas pela PSP 66 pessoas — nacionais e estrangeiros — na rua do Benformoso, na zona do Martim Moniz, em Lisboa, onde vivem e trabalham muitos imigrantes. Na altura, o primeiro-ministro considerou que foi "muito importante" para criar "visibilidade e proximidade" no policiamento e para aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses.
