Operacionais combatem incêndio "bastante intenso" em Ponte da Barca: fogo evolui na direção de Cidadelhe e Serra Amarela
Em declarações à TSF, Augusto Marinho afirma que já tem indicação de que "reforços estão a chegar", mas lamenta os atrasos no socorro
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O presidente da Câmara de Ponte da Barca pediu este domingo a mobilização de mais meios, sobretudo aéreos, para combater o incêndio que deflagrou no sábado à noite em Parada, Lindoso. Neste momento, há pelo menos um bombeiro ferido, sendo que, pelas 23h00, no local estão 267 operacionais, apoiados por 86 viaturas.
Num novo balanço feito à TSF, pelas 20h55, Augusto Martinho afirma que o "incêndio está bastante intenso" e, com o aproximar da noite, a autarquia fica numa "situação preocupante". O fogo está a "consumir" a floresta de Lindoso e está a evoluir na direção de Cidadelhe e da Serra Amarela. Anteriormente, o autarca já tinha alertado que a aldeia de Parada corria o risco de ficar "cercada".
"Vai ser uma noite longa. Tenho indicação de que reforços estão a chegar", adianta, lamentando o atraso no socorro, numa zona de difícil acesso.
Garante ainda que, para já, não há casas ameaçadas e, por isso, não foi ainda necessário retirar a população destas zonas.
"A situação está muito complicada, faltam meios aéreos. Já falei com o secretário de Estado, falei inclusivamente com o Presidente da República porque estamos muito aflitos", relatou anteriormente Augusto Marinho, em declarações à TSF.
Um oficial do comando Nacional da Proteção Civil adiantou à Lusa que os meios terrestres vão ser reforçados ao longo desta noite e "a prioridade" neste momento "é a defesa das infraestruturas". Porque na "linha de incêndio há várias habitações", sublinhou em declarações à Lusa esta noite o comandante Álvaro Fernandes, do Comando Nacional da Proteção Civil, vão estar envolvidas no combate a este fogo corporações de bombeiros de outras zonas do país.
O oficial confirmou que há um bombeiro com ferimentos ligeiros, mas disse não dispor da informação de que uma das casas já tenha ardido. Porém, não excluiu o facto de haver casas em risco e que populações possam vir a ser retiradas. Por isso, "a prioridade é a defesa das infraestruturas", frisou.
O autarca de Ponte da Barca tinha sublinhado que os meios no terreno são "escassos" para as necessidades, uma vez que o terreno acidentado tem dificultado os trabalhos. Apelou, por isso, ao envio urgente de reforços, sobretudo meios aéreos e humanos.
Deu ainda conta que a aldeia de Parada, na freguesia de Lindoso, "corre o risco de ficar cercada" e acrescentou que há pelo menos um bombeiro "ferido". Uma equipa de bombeiros-sapadores estava cercada pelo fogo.
"Nós estamos muito preocupados porque a aldeia pode ficar cercada", confessou, reforçando que "é muito urgente uma intervenção mais muscular de meios humanos e materiais, porque o pessoal já está aqui a combater este incêndio há bastante tempo e começa a acusar fadiga".
Augusto Marinho referiu ainda à Lusa que o “a Estrada Nacional (EN) 203 está cortada e que o fogo está à porta das casas”, estando a ser ponderada “a retirada das pessoas das suas habitações”.
“O fumo é intenso e não consigo entrar no lugar de Parada [Parque Nacional da Peneda-Gerês]. Lanço um apelo para que venham mais meios aéreos socorrer as populações de Parada, no Lindoso”, frisou.
Augusto Marinho indicou que o fogo, que deflagrou às 21h47 de sábado, chegou “a estar mais controlo, mas de um momento para o outro, com o vento e a dificuldade do terreno descontrolou-se”.
“Este é o momento de combater o fogo, mas depois não se pode adiar uma reflexão sobre os horários em que deflagram os incêndios florestais e a intensidade que atingem”, disse.
De acordo com a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 20h20 estavam empenhados no combate às chamas 267 operacionais e 86 viaturas.
*Notícia atualizada às 23h00
