Oposição acusa Câmara de Lisboa de "criar ilusão" com projeto para atendimento médico nos bairros
À TSF, a vereadora do PCP sublinha que “dar acesso a cuidados de saúde avulsos à população não é o mesmo que dar acesso a cuidados de saúde primário”.
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O PCP acusou esta sexta-feira a Câmara Municipal de Lisboa de “criar uma ilusão” com a criação do projeto "Lisboa + Saúde", que pretende disponibilizar atendimento médico e de enfermagem aos munícipes residentes nos bairros municipais, começando por um projeto-piloto no Bairro do Armador.
“Isto é uma medida que aproveita os problemas concretos no acesso ao SNS da população, neste caso de Marvila, e pretende criar uma ilusão de que, com este serviço, a Câmara consegue colmatar as necessidades e cuidados de saúde”, disse a vereadora do PCP Ana Jara, em declarações à TSF.
“Isto não só é falso, como é perigoso”, acrescentou, argumentando que “dar acesso a cuidados de saúde avulsos à população não é o mesmo que dar acesso a cuidados de saúde primário”.
Ana Jara disse ainda que “a prestação de cuidados de saúde de forma segura só é garantida através do SNS, por médicos e enfermeiros”.
Em reunião privada do executivo municipal, a proposta apresentada pela liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta, foi aprovada com o voto de qualidade do presidente da câmara em exercício, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), após empate. O presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), não esteve presente.
A viabilização do documento foi possível com a abstenção dos três vereadores do PS, uma vez que houve sete votos a favor da liderança PSD/CDS-PP e sete votos contra da restante oposição, nomeadamente três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.