O PS diz que os portugueses esperavam um outro discurso do primeiro-ministro na rentrée política do PSD. O Bloco fala no regresso à teoria do oásis, ao passo que PCP diz que Passos Coelho tentou justificar uma política falhada.
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O PS não percebe porque o primeiro-ministro deu destaque à inscrição da chamada «regra de ouro» no discurso da rentrée política do PSD feito na Festa do Pontal na terça-feira.
Na opinião do porta-voz socialista, o chefe do Governo apresentou como «solução aos desempregados e empresários em dificuldade a regra de ouro».
«No dia em que conhecemos que em junho o desemprego era de 15 por cento, que as falências aumentam e que o crescimento económico não existe, o que o primeiro-ministro tem a dizer aos portugueses é que temos de aprovar uma regra de ouro», lembrou.
Por esta razão, João Ribeiro considera que Portugal tem um chefe de Governo «fora da realidade» e que «falou do passado a que já nos habituou, que se desculpa com o passado».
O também secretário nacional socialista entende ainda que Passos Coelho «faz previsões a que já nos habituámos a reconhecer que são letra morta» e lembrou que «nenhuma das previsões deste Governo até ao momento foi correta».
Por seu lado, o bloquista Luís Fazenda considerou que a frase de Passos Coelho que «2013 não será um ano de recessão» é de «grande eloquência e extraordinária, mas pouco crível».
«Uma coisa é uma inversão de tendência e dizer que o ano acabará com 3,5 ou 3,7 negativos, mas passar disso para crescimento positivo é um salto galático. Voltámos à teoria do oásis. Não augura nada de bom do ponto de vista da credibilidade das afirmações do primeiro-ministro», frisou.
Já o comunista Rui Fernandes entende que Passos Coelho «tentou justificar os estampanço da sua política como bem revela o aumento do desemprego e o agravamento da recessão».
«Foi um discurso de costas voltadas para o flagelo que atinge milhares de portugueses, de alguém amarrado a um pacto de agressão que acabará por ser derrotado», explicou.
Para este elemento da Comissão Política comunista, «ganha mais urgência a concretização das propostas do PCP de renegociação da dívida nos seus prazos, montantes e juros e a aposta na produção nacional».