O PS lembrou que cabe aos deputados fiscalizar a ação do Governo e acusou a ministra da Justiça de ser «arrogante». Paula Teixeira da Cruz rebateu estas acusações.
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A oposição não gostou das declarações da ministra da Justiça que na sua passagem pelo Parlamento esta sexta-feira disse que estava ali para fazer de Orçamento e não propriamente sobre as localidades onde se verificarão encerramento de tribunais.
O socialista Ricardo Rodrigues lembrou que «compete aos deputados fiscalizar o Governo e nessa matéria a nós, e só exclusivamente a nós, compete fazer as perguntas que entendermos serem mais convenientes».
«Não é verdade que seja obrigada a responder a qualquer coisa em quaisquer termos com quaisquer modos e com quaisquer insinuações», refutou Paula Teixeira da Cruz, que foi acusada de «não ter respondido porque não lhe convinha».
Por seu lado, o socialista Sérgio Sousa Pinto recusou que tenham sido feitas insinuações contra a titular da pasta da Justiça, que acusou de usar de uma «arrogância de mestre escola a deputados eleitos».
«Quando não tem resposta ou se sente de algum modo encurralada, mesmo que a intenção não seja encurralar, seja conhecer o seu pensamento, no caso de ele existir, a senhora ministra destrata os seus interlocutores», acrescentou este parlamentar do PS.
Na resposta, Paula Teixeira da Cruz disse que não dava lições a ninguém e que Sérgio Sousa Pinto não tinha sido ofendido na sua honra.
«Se houve intenção que serviu para desqualificar o debate foi seguramente a intervenção que acabou de fazer e que muito lamento», concluiu a ministra.
As bancadas do PCP e do Bloco de Esquerda também não gostaram do facto de Paula Teixeira da Cruz ter falado apenas sobre o Orçamento e não ter abordado a questão do novo mapa judiciário.