A oposição de esquerda considera que a reforma do poder local vai ficar para a história, mas conclui que o ministro Miguel Relvas não será recordado pelos melhores motivos.
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O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares reclama os louros de uma reforma de que os livros não rezam há 150 anos e o socialista Mota Andrade pede com ironia que não se preocupe.
«Não tenha dúvidas absolutamente nenhumas que o senhor ministro ficará na história, mas não será por bons motivos», afirma.
Miguel Relvas insiste no discurso centrado nas virtudes da reforma e Paulo Sá, do PCP, não gosta do que ouve. «Para que o delírio fosse total só faltava que o senhor ministro tivesse dito que teve o apoio unânime e entusiasta dos autarcas neste pacote legislativo», adianta.
Para provar que não foi assim, lê excertos de um parecer da Associação Nacional de Municípios onde domina a cor política do Governo.
Miguel Relvas responde: «Não me inibe nem intimida o facto de na Associação Nacional de Municípios a maioria dos autarcas serem do PSD. Há um caminho que tem que ser seguido. Este Governo, que é sustentado numa maioria parlamentar, não está condicionado por interesses político-partidários».
A bloquista Helena Pinto ficou irritada com estas palavras: «Em qual concelho do país o senhor ministro, se lá for, será bem recebido e aplaudido?».
Heloísa Apolónia, do partido Os Verdes, remata: «O país está zangado consigo, senhor ministro».
Miguel Relvas lembra que «governar não é um concurso de popularidade só», é também tomar decisões.