Há cinco hospitais privados que só recebem doentes com seguro de saúde, mas é o Estado quem paga os tratamentos.
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Embora o Estado esteja a pagar, os hospitais privados só estão atender os doentes com Covid-19 que tenham seguro de saúde. Há também unidades privadas que recebem outros doentes de hospitais públicos, mas estão a negociar caso a caso.
Com quebras na ordem dos 70%, o setor privado da Saúde está, desde dia 26 de março, a apoiar o SNS. Na ausência de contratos formais - porque ainda nos há - verificam-se situações em que o Estado paga metade e o privado paga a outra pelo mesmo doente.
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Há cinco hospitais privados que só tratam doentes com Covid-19. Têm cerca de 400 camas, mas estão longe de esgotar a capacidade, explica o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar.
"Temos 106 pessoas internadas e cerca de 200 que já tiveram alta e estão no domicílio a ser seguidas por teleconsulta", indica o representante.
Para já, estes cinco hospitais só recebem doentes com seguro e o tratamento é pago pelo Estado, isto porque os seguros de saúde não cobrem pandemias.
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Esta realidade pode levar a situações como a que Óscar Gaspar explica: "Uma pessoa que deu entrada num hospital há 15 dias através de uma seguradora para fazer uma operação à anca ou joelho é um doente da seguradora. Mas, por algum motivo, testa positivo para Covid-19."
O que acontece? "É doente da seguradora até um determinado momento e passa a ser doente Covid-19 a partir do momento em que o tem."
Há ainda casos de outros hospitais privados que acolhem doentes comuns, de hospitais públicos, mas nessas situações o pagamento é negociado caso a caso: aqui inserem-se o Curry Cabral e o São João, mas também os CHUC (Coimbra) ou o Hospital de Ovar, que "precisaram de aliviar o número de camas para internar pessoas com Covid-19".
Questionada pela TSF, a autoridade central do sistema de Saúde - responsável pelas convenções com os privados - diz ainda não ter informações sobre os novos contratos.