Ordem dos Enfermeiros denuncia "caos total" na urgência do hospital de Penafiel
Ordem garante que a situação coloca em causa a segurança dos profissionais e dos utentes do hospital.
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A Ordem dos Enfermeiros denunciou, esta segunda-feira, uma situação de "caos total" no Hospital de Penafiel, com 80 doentes na urgência à espera de internamento.
"É o caos total. Os colegas da urgência não são capazes de dar resposta", disse à Lusa o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, João Paulo Carvalho.
Segundo o dirigente, dos doentes na urgência que aguardam vaga no internamento, 13 testaram positivo à Covid e três têm uma bactéria resistente.
Para a Ordem dos Enfermeiros, "o problema é estrutural", porque o hospital foi dimensionado para 350 mil utentes e, neste momento, tem de dar resposta a uma população de 550 mil pessoas.
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O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Carlos Alberto Silva, confirmou haver dificuldades, esta manhã, no serviço de urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel.
Em declarações à Lusa, o responsável disse que a urgência esteve durante a manhã com 74 dentes internados, "um número fora do que se deseja".
"Nos últimos dias temos notado uma grande afluência [cerca de 700 doentes por dia] e as camas que temos são insuficientes para a situação", contou.
Carlos Alberto Silva indicou que a situação "tem vindo em crescendo nos últimos dias". "Estamos, em maio, com uma afluência diária típica dos meses de inverno", sinalizou.
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O aumento de casos de Covid-19 observado nas últimas semanas tem contribuído para a situação, referiu, indicando haver atualmente 105 doentes internados no CHTS, dois dos quais em cuidados intensivos.
Contudo, observou, a maioria das situações de urgência é de "doentes com idade avançada, descompensados", aos quais "o hospital tem procurado responder".
O presidente da administração do CHTS referiu, ainda, que "todos os esforços estão a ser feitos para minimizar a situação", incluído a transferência de 14 doentes, esta manhã, para hospitais privados e do setor social da região.
"Algumas consultas foram adiadas para libertar médicos", disse, referindo que algumas cirurgias não urgentes também foram remarcadas.
Questionado sobre se a situação atual pode ser considerada estrutural, com a urgência subdimensionada face às necessidades, referiu que este caso é "pontual" e será minimizado ao longo das próximas horas.
Notícia atualizada às 15h33