Ordem dos Enfermeiros vê demissão de Fernando Araújo como "decisão sensata" e "esperada"
Luís Filipe Barreira defende a continuidade da estrutura.
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O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, considera que Fernando Araújo tomou uma "decisão sensata" porque não tinha condições políticas para continuar no cargo.
"Parece-me uma decisão sensata e, no fundo, também esperada por parte do Fernando Araújo. Sempre tivemos uma boa relação, relações cordiais entre a direção executiva e a Ordem dos Enfermeiros, mas parece-me que, de facto, neste momento não tem condições essencialmente políticas para continuar. Portanto, no fundo, quem assume uma direção executiva do SNS tem o dever de cumprir com aquelas que são as políticas de saúde que sejam definidas por quem, de facto, está no Governo", afirmou à TSF Luís Filipe Barreira.
O bastonário defende a continuidade da estrutura e sublinha que, nesta fase, não é recomendado ficar sem uma direção executiva do Serviço Nacional de Saúde. Espera que, antes dos 60 dias do prazo dado pela ministra da Saúde para a elaboração do relatório, seja nomeada uma nova direção executiva do SNS.
"Acredito que possa existir uma liderança anunciada mesmo antes desses dois meses. Penso que, neste caso, a admissão de toda a equipa da direção executiva carece que a ministra da Saúde e o Governo nomeiem novos atores para assumir a direção executiva. Não me parece que, neste momento, tendo em conta que as próprias ARS ficaram esvaziadas do seu conteúdo, principalmente na articulação em termos dos hospitais e dos cuidados de saúde primários, possamos dispensar uma direção executiva", explicou o bastonário da Ordem dos Enfermeiros.
Luís Filipe Barreira admite, no entanto, uma reformulação de forma a que este órgão fique com menos competências.
"Concordo que a direção executiva tem, se calhar, competências demasiado pesadas e que muitas delas devem estar noutros organismos ou até mesmo no próprio Ministério da Saúde e na própria Ministra da Saúde, mas acredito claramente que a ministra, com a ponderação que tem, vai avaliar a situação e parece-me que essa reconfiguração das próprias competências da direção executiva possam ser feitas e anunciadas", acrescentou.