Em comunicado, o bastonário dos farmacêuticos revela que está a ponderar uma queixa jurídica. Em causa está a denúncia da semana passada de irregularidades nas farmácias.
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Na semana passada, a Ordem dos Médicos denunciou que há farmácias a enganar os doentes ao fornecer-lhes medicamentos mais caros do que os receitados pelos médicos.
Em comunicado divulgado esta noite, a Ordem dos Farmacêuticos fala em «calúnia» e «difamação», sublinhando que está a analisar a forma como a situação pode ser reparada no plano jurídico.
A Ordem dos Farmacêuticos lamenta, considera uma «afronta» e um «ato inadmissível» o facto de na semana passada a Ordem dos Médicos ter publicitado em vários jornais que há farmácias a enganar os doentes.
O bastonário Carlos Maurício Barbosa garante que se tratou de um caso isolado e diz que está a ponderar uma queixa contra os representantes dos clínicos. Nesta nota, acusa a Ordem dos Médicos de estar a provocar um descabido e perigoso alarme social, ao generalizar a partir de casos isolados.
Os representantes dos farmacêuticos reconhecem que casos de mau procedimento sempre os houve e haverá, em todas as profissões. Garantem que a ter existido o caso relatado será cabalmente investigado.
A Ordem dos Farmacêuticos afirma ter vários exemplos de inadequadas prescrições de medicamentos por parte de alguns médicos, mas garante que nunca comprará qualquer espaço publicitário destinado a relatar qualquer caso pontual de irregularidade na prescrição de medicamentos por parte dos clínicos.
O comunicado termina com a ideia de que a Ordem dos Farmacêuticos defende a cooperação interprofissional, mas a gravidade da atitude dos representantes dos médicos exige ponderar uma resposta jurídica.
A TSF tentou contactar o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, mas Carlos Maurício Barbosa fez saber, através do assessor de imprensa, que não vai fazer quaisquer declarações.
Contactado esta manhã, o Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, garante que não receia as vias judiciais e reafirma que vai continuar a defender os direitos dos doentes.
A TSF contactou também esta manhã o Ministério da Saúde para tentar perceber se há dados do Centro de Conferência de Faturação que possam validar ou contrariar a acusação da Ordem dos Médicos. No entanto, o Ministério da Saúde não comenta nada relacionado com este caso.