Ordem dos Médicos prevê dificuldades com redução de camas hospitalares em novembro
Carlos Cortes, em declarações à TSF, recusou revelar quais as regiões que serão mais afetadas.
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O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, adiantou que a situação nos hospitais pode vir a complicar-se a partir de novembro, principalmente com a redução do número de camas, tal como aconteceu em Braga.
"Tenho conhecimento de situações que podem vir a acontecer que ainda não estão confirmadas, mas que em vários hospitais do país podem vir a acontecer precisamente nestas áreas. Na área, por exemplo, da cirurgia, na área da medicina interna, na área da pediatria, da ginecologia e obstetrícia e também na área dos cuidados intensivos, dos serviços de medicina intensiva", referiu à TSF Carlos Cortes.
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O bastonário dos médicos recusou revelar quais serão as regiões mais afetadas por estes problemas, até porque prefere esperar para ter certezas: "Eu prefiro aguardar para ter certezas sobre essas notícias que vão chegando à Ordem dos Médicos. Essas informações que vão chegando à Ordem dos Médicos, mas de vários hospitais temos informação de que a situação pode complicar-se muito precisamente a partir do mês de novembro."
Com os médicos a recusarem fazer horas extraordinárias além das 150 anuais previstas na lei, Carlos Cortes sublinha que a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde vai diminuir.
"Como o serviço de urgência, nós já sabemos que tem sido afetado nas suas várias valências, mas que vai ter aqui um impacto ainda mais grave no mês de novembro, mas também noutros serviços. No caso do hospital de Braga, são dois serviços absolutamente fundamentais do hospital, um serviço de medicina intensiva e o serviço de cirurgia", analisa.
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Os problemas aumentam com a chegada do inverno: "Nós também sabemos e é previsível que a partir de novembro e dezembro, com a alteração do clima, habitualmente no final do ano sempre mais frio, haverá mais infeções respiratórias, haverá mais casos de doentes que vão descompensar as suas patologias crónicas e que vão necessitar de cuidados diferenciados, nomeadamente no serviço de urgência e nomeadamente no serviço de medicina intensiva."
O Hospital de Braga anunciou este sábado vai reduzir o número de camas a partir do dia 1 de novembro devido à indisponibilidade de os médicos realizarem horas extra além das 150 previstas na lei.
Segundo a unidade hospitalar informa em comunicado, a redução será de 12 camas nos cuidados intensivos e 12 camas na urgência de cirurgia geral.