Atividades de captação, tratamento e distribuição de água e saneamento, assim como a gestão de resíduos e despoluição, registaram praticamente 75% dos salários e subsídios em atraso.
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A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) detetou um aumento de mais de 150% nos ordenados e nos subsídios em atraso durante o ano passado. Ao todo, são mais de 27 milhões de euros que estão em falta no bolso dos portugueses, avança o Novo Semanário. Um crescimento justificado pelas dificuldades que as empresas sentiram durante a pandemia.
Segundo o mesmo jornal, as atividades de captação, tratamento e distribuição de água e saneamento, assim como a gestão de resíduos e despoluição, registaram praticamente 75% dos salários e subsídios em atraso. No entanto foram as indústrias transformadoras que tiveram mais trabalhadores abrangidos por remunerações pagas fora de tempo, com cerca de 27,4%.
No primeiro ano da pandemia, a Autoridade para as Condições do Trabalho detetou também um aumento nos ordenados e subsídios em atraso, mas menos significativo do que no ano passado. Em 2020 o crescimento registado foi de pouco mais de 46% contra os 152% de 2021, com as indústrias transformadoras, a construção, restauração e o alojamento a estarem no topo da lista dos maiores incumpridores.
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A ACT revela ainda que além do aumento dos valores em dívida relativamente aos trabalhadores, no relatório de atividade do ano passado cresceu também o montante a dever à Segurança Social. De acordo com o documento, em 2021 a dívida situou-se nos 9,3 milhões de euros, o que se materializa num aumento de mais de 360%.
No último ano, a ACT aumentou o número de inspeções. Só em 2021 foram realizadas quase 40 mil visitas, um número recorde e que corresponde a um aumento de mais de 14% relativamente a 2020.