Organização estima que mais de 20 mil polícias estiveram em manifestação no Porto
Manifestantes entoaram o hino e palavras de ordem como "polícia unida jamais será vencida" a caminho da câmara municipal.
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Mais de 20.000 polícias participaram hoje na manifestação do Porto promovida pela plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR, anunciou a organização na Avenida dos Aliados, afirmando que foi a maior de sempre.
Os manifestantes começaram a concentrar-se a partir das 16h30 junto ao Comando Metropolitano do Porto da PSP, preenchendo, pelas 18h00, a totalidade da Rua Duque de Loulé já em direção à Praça da Batalha.
A multidão que ocupou metade da avenida na baixa portuense, arrancou cerca das 18:20 do Comando Metropolitano do Porto da PSP para cumprir um percurso que acabou estendido da Rua 31 de janeiro até aos Aliados, onde foi preciso esperar cerca de meia hora até a coluna acabar de chegar.
A caminho da câmara do Porto, os manifestantes cantaram o hino e entoaram palavras de ordem como "polícia unida jamais será vencida".
'Maria' - nome fictício -, que está já em fim de carreira, na pré-aposentação, explicou à TSF que se juntou à manifestação porque "se o Estado ou Portugal precisar", tem de ir ajudar, mas nos 42 anos de atividade tem perdido "regalias e poder de compra" e os polícias são "cada vez mais maltratados sem serem compensados por isso".
Mais de 40 anos depois, garante que quem escolhe ser polícia "tem sempre o mesmo interesse e vocação para o povo", mas que estes "têm sido cada vez mais denegridos".
"Lembro-me quando vim para cá, há 42 anos, que o meu ordenado em relação à sociedade tinha uma grande diferença, agora estou quase com o ordenado mínimo", lamenta.
Já 'Joana' - também nome fictício - já está mesmo aposentada, mas "polícia um dia, polícia até morrer" e é por isso mesmo, diz, que se juntou à luta.
"É por isso que estou aqui na luta com todos os meus colegas que, com muita dificuldade, deixam as suas casas e o seu conforto e vêm para a rua defender aqueles que os tratam mal e os agridem. É a vida", comenta em declarações à TSF.
Questionada sobre a atratividade da carreira no presente face ao que acontecia quando a escolheu, não tem dúvidas em afirmar que "agora é um perigo ser agente da PSP".
Além dos agentes da PSP e militares da Guarda, estão também no local representantes dos guardas prisionais, trajados de negro e com a palavra "Abandonados" escrita nas costas.
A meio da manifestação chegou a informação de que, pela primeira vez em manifestações do género, integravam a coluna oficiais da Guarda, situação confirmada à Lusa pelo presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, César Nogueira.
Na frente da manifestação para exigir o pagamento de um suplemento de missão, tal como tem a Polícia Judiciária, esteve um cartaz onde se lia "Polícias Unidos" e, cerca de vinte metros atrás, outro com a frase que resume o protesto: "Por um vencimento condigo e valorização profissional".
A desmobilização aconteceu depois das 20h00, após a multidão guardar um minuto de silêncio pelos "colegas e camaradas que tombaram no exercício da profissão" e cantarem o hino nacional empunhando a carteiras profissionais.
Os elementos das forças de segurança exigem o pagamento de um suplemento de missão, tal como tem a Polícia Judiciária.
