Depois das eleições, restam os cartazes. Agora, uma ONG portuguesa quer recolher e reutilizar material de campanha para enviar para a Guiné-Bissau. Nuno Cardoso, candidato independente à câmara do Porto, foi o primeiro a acolher a iniciativa.
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A "Viver 100 Fronteiras", uma Organização Não Governamental (ONG) de Santa Maria da Feira, começou a contactar partidos e candidatos que concorreram às eleições autárquicas de 289 de setembro.
O objetivo é pedir as telas dos "outdoors" que foram usadas para fazer a campanha eleitoral e enviá-las para a Guiné-Bissau, para Geba, no interior do país.
Natália Oliveira, diretora da "Viver 100 Fronteiras", contou à TSF algumas possíveis reutilizações possíveis deste material de campanha.
«Podemos tapar escolas que não têm telhado com as lonas, podemos ter alguma catástrofe agora na época das chuvas e nós com uma estrutura de madeira e uma lona conseguimos fazer um teto para alguém dormir. É óbvio que é um bem precioso naquele país porque é uma coisa que não há com facilidade e as que existem são caras», exemplifica.
Natália Oliveira diz mesmo que «as lonas servem para tudo. São aquilo que chamamos na Guiné um bambarã. Um bambarã é um pano e um pano serve para tudo, desde o nascer ao morrer».
As lonas, diz, podem ainda ser transformadas em mochilas, sacos ou tendas.
Nuno Cardoso, candidato independente à câmara do Porto, foi o primeiro a acolher a iniciativa. À TSF, Nuno Cardoso diz que está a ser feito trabalho «no sentido de alargar a recolha das telas às outras candidaturas», para além de sensibilizar criadores «que usem estas telas numa ótica de reciclagem, fazendo sacos, tendas de campanha».
Nuno Cardoso diz que «o processo de recolha está a correr bem» e lembra que «as telas são um problema ambiental grave e mesmo algumas lixeiras têm dificuldade em receber este tipo de materiais».