Organizações da sociedade civil querem ser ouvidas sobre o plano de vacinação
Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal reforçou que as organizações da sociedade civil devem ser consultadas em todos os momentos.
Corpo do artigo
A Associação Protetora dos Diabéticos lamentou esta quarta-feira que as organizações da sociedade civil não tivessem sido ouvidas sobre o plano de vacinação contra a Covid-19 e defendeu que devem ser consultadas em "todos os momentos" da estratégia.
Na véspera de ser apresentado o plano de vacinação, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforçou que as organizações da sociedade civil devem ser consultadas em todos os momentos da estratégia de vacinação.
"O objetivo é garantir a participação dos cidadãos no planeamento, implementação e avaliação deste plano de vacinação", refere em comunicado.
13096907
Para a associação, a definição dos grupos prioritários e respetiva estratégia de vacinação deve ser "clara e transparente para toda a comunidade", considerando que "é fundamental que as pessoas com doenças crónicas se sintam protegidas e acompanhadas neste processo dado o risco aumentado que têm face às formas graves de Covid-19".
Para o presidente da APDP, José Manuel Boavida, a pandemia da Covid-19 "exige soluções claras para as pessoas com doenças crónicas e, mais uma vez, a sociedade civil está a ser esquecida".
"É importante que, para uma estratégia eficaz de vacinação para a Covid-19, exista planeamento, organização, transparência e clareza na comunicação e definição de quem vai ter acesso, numa primeira fase, à vacina", sustentou o médico endocrinologista.
13098657
José Manuel Boavida sublinhou que, "apesar de este ser um período de incerteza, as pessoas com risco acrescido de complicação de infeção não podem ficar reféns da desinformação".
A associação advertiu que "o conhecimento científico sobre a nova vacina é ainda escasso, e que é necessário definir um programa que dê confiança às pessoas".
O objetivo é que as associações e sociedades que estão na linha da frente no apoio a pessoas com doença crónica sejam envolvidas para ajudar a reduzir o receio relativo a esta nova vacina.
"Tem de ser realizada uma análise à ordem de prioridade na distribuição desta vacina. Há pessoas com diabetes que continuam a deslocar-se para o local de trabalho, em transportes públicos e, como tal, estão mais expostas", salienta o médico.
Para o especialista, "numa sociedade que se diz inclusiva e promotora da participação, é importante que haja abertura e disponibilidade do Governo para ouvir as organizações da sociedade civil", para avaliar em conjunto quais são as pessoas em situações mais vulneráveis e quais os critérios de distribuição das vacinas.
O plano nacional de vacinação contra a Covid-19 vai ser apresentado na quinta-feira, anunciou na terça-feira o primeiro-ministro, António Costa.
Esta quarta-feira está a decorrer uma reunião de trabalho sobre o plano de vacinação com os membros da task-force criada para o efeito e o Governo.
Portugal contabiliza pelo menos 4645 mortos associados à Covid-19 em 303 846 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).