Orquestra comunitária junta pessoas dos 8 aos 80 anos para um concerto único em Viseu
Em Viseu atua esta noite, para um concerto único e irrepetível, uma orquestra comunitária formada por mais de cem pessoas.
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O adro da Sé, em Viseu, é este domingo à noite palco de um concerto único e irrepetível de uma orquestra comunitária formada por mais de cem pessoas, entre músicos e cantores profissionais e amadores.
A banda é composta por pessoas dos 8 aos 80 anos, oriundas dos 14 concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.
O projeto Sete e Sete arrancou em maio, com a realização de reuniões e workshops com os participantes, em várias localidades, e que levaram à criação de oito músicas, baseadas nas histórias e tradições da região. Depois vieram os ensaios. A orquestra juntou-se toda pela primeira vez nos últimos quatro dias.
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"O espetáculo vai correr bem, toda a gente conhece bem a música, apesar de ainda não a ter tocado antes. Isto é uma coisa estranha, a música até é simples mas este projeto é focado na alegria e entusiasmo de participar numa grande banda, com instrumentos e recursos diversificados", explica o maestro inglês Tim Steiner, o responsável pela performance colaborativa.
A orquestra tem cerca de 40 músicos, que tocam vários instrumentos desde bateria, passando pelo cavaquinho, guitarra, tambor e acordeão, entre outros. A eles junta-se um coro com 70 vozes.
"Temos oito músicas novas, todas sobre a região e vamos envolver o público em alguns dos temas. Vai ser muito animado e divertido. O espetáculo foi desenhado para fazer sorrir as pessoas e para elas sentirem orgulho na região, em viver aqui, na comunidade e como tudo isto é bom", salienta o maestro.
A orquestra tem elementos de várias idades e formações. Margarida Monteiro, de 15 anos, natural de Nelas, vai tocar fagote. A aluna do Conservatório de Música de Seia e elemento da banda filarmónica de Santar diz que esta está a ser uma "experiência boa".
"Estou a aprender muito, é uma outra maneira de tocar, não só a seguir o papel, mas também a estar muito atenta ao maestro e tudo à nossa volta", afirma.
No bombo vai estar Armando Santos Batista, membro de um rancho folclórico do concelho de Vila Nova de Paiva.
"Eu acho que isto é fabuloso, apesar da minha idade avançada, tenho quase 73 anos, aprende-se sempre", defende o idoso.
Uma das vozes do coro é Maria de Lurdes Pizarro, de 64 anos, que integra "há muito tempo" o Coro Polifónico de Tondela.
"Adoro música", confessa com um sorriso, acrescentando que esta "é a arte mais bonita que o ser humano inventou e produz". Daí ter-se juntado à orquestra comunitária composta por elementos de toda a região de Viseu Dão Lafões.
Quem também está entusiasmado com o projeto Sete e Sete é Carlos Vieira, de 67 anos, e natural de Viseu, também ele já com experiência no canto.
"Acho extraordinário juntar tanta gente e em quatro ou cinco ensaios conseguir por tanta gente a cantar afinadinho e com orquestra. Acho que é uma coisa sublime", frisa.
O espetáculo é apresentado às 21h30 no Adro da Sé de Viseu.