No Dia Nacional dos Avieiros, a TSF foi até ao Patacão, numa das margens do Tejo, à descoberta destes migrantes de outros tempos, que viviam no barco durante o tempo de inverno.
Corpo do artigo
Ainda são percetíveis as marcas de uma prática piscatória associada àqueles que são muitas vezes chamados de "ciganos" ou "nómadas" do rio. A expressão foi utilizada por Alves Redol no romance "Avieiros", que retrata a vida dura das comunidades de pescadores vindas do mar de Vieira, que, no inverno, procuravam as águas mais protegidas do Tejo.
"Os avieiros eram gente pobre, originária da praia da Vieira - e daí esse nome, que tinha até um certo sentido pejorativo. Era gente que, como não podia pescar no inverno mas precisava de alimentar os filhos todo o ano, no final do outono era obrigada a procurar sustento noutros sítios", explica o investigador António Matias Coelho, autor do livro"Os Últimos Avieiros do Tejo no Concelho da Chamusca".
"Primeiro, os homens e, depois, a família completa, foram vindo para o Tejo. No início viviam apenas no barco, depois começaram a fixar-se na maracha do Tejo e dos afluentes. Foram ficando e foram arribando atrás do peixe, Tejo acima", conta.
Um dos lugares onde mais permanece viva a memória dos avieiros é o Patacão, em Alpiarça - uma aldeia ribeirinha do Tejo.
TSF\audio\2018\09\noticias\25\miguel_videira_direto_2