A TSF faz 30 anos. Marcelo Rebelo de Sousa participou no Fórum.
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Marcelo Rebelo de Sousa destacou os "muitos trunfos naturais" dos portugueses, mas também um aspeto menos positivo do caráter nacional.
"Às vezes falta-nos um amor-próprio e autoestima. Somos pessimistas, puxamos para baixo até que de repente verificamos que podemos ser os melhores e ganhamos e aí entramos em euforia", disse Presidente da República na Emissão Especial de aniversário da TSF.
Entre o que os portugueses têm de melhor, Marcelo destacou a "sabedoria da experiência", o "sentido de solidariedade e de integração", a capacidade de "heroísmo nos momentos cruciais", a empatia, a resiliência perante crises e a facilidade de integração e adaptação a outros contextos e culturas.
"Aprendemos rapidamente e ensinamos bem (...) quem corre o mundo e vê onde nós estamos, para a nossa dimensão, fica estupefacto".
"Somos muito bons", reforça o Presidente que, como habitual, se diz "um otimista realista".
"Desde que sou Presidente da República tenho vindo a aumentar o meu otimismo, apesar das tragédias do ano passado e do drama da seca que ainda continua. O que correu bem nos últimos três anos foi tanto que e tão imaginável [que] em muitos aspetos os portugueses ultrapassaram de longe as minhas expectativas".
Desafios para "um país melhor"
Marcelo Rebelo de Sousa pede aos portugueses que "nunca se demitam de serem cidadãos críticos, não apenas no período das eleições", e que "todos os dias se interessem pela política".
Apesar da "avaliação positiva" que faz dos últimos anos para "um país melhor", o Presidente diz que todos os agentes políticos devem fazer um "exame de consciência", mas é importante reconhecer que "todos somos políticos, todos os dias".
"De uma forma crítica, de uma forma independente, de uma forma livre, sejam despertos, nunca se deixem adormecer, nem desiludir, nem distanciar", pede aos portugueses.
"Não nos deixemos afastar das nossas responsabilidades para com os outros. Nunca esqueçamos que só somos verdadeiramente felizes através dos outros e com os outros. Essa ideia de solidariedade que é fundamental para haver política implica empenhamento".
"Para o futuro, a nossa vocação é sermos uma plataforma entre culturas, civilizações, continentes, oceanos diferentes", uma valência que os emigrantes e comunidades espalhadas pelo mundo demonstram bem, considera.
"Temos essa vocação, e outros não têm. É por isso que chegamos a lugares internacionais onde outros não chegam, para um país com a nossa dimensão".
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