"Os Verdes" comparam Orçamento do Estado a «armas de destruição económica e social»
O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) comparou hoje o Orçamento do Estado para 2012 a «armas de destruição económica e social extraordinariamente graves para o país» e antecipou o voto contra a proposta do Governo.
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Este Orçamento do Estado vai arrasar económica e socialmente o país. Numa linguagem até algo belicista, 'Os Verdes' poderiam dizer que estas medidas são absolutos bombardeamentos com armas de destruição económica e social extraordinariamente graves para o país», declarou a deputada Heloísa Apolónia aos jornalistas, no Parlamento.
Heloísa Apolónia, que falava no final de uma reunião com o ministro de Estado e das Finanças e com a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares sobre o Orçamento para 2012, no Parlamento, disse não ver «margem» para o seu partido votar de outra forma que não seja «contra» a proposta do Governo.
A deputada adiantou que neste encontro de cerca de meia hora o Governo «não apresentou números absolutamente nenhuns» e o ministro «recusou-se a responder» às «perguntas concretas» que "Os Verdes" fizeram, nomeadamente sobre impostos e salários da função pública.
«Mesmo o cenário macroeconómico, que poderia aqui ter apresentado, o senhor ministro diz que ele será revisto amanhã [quinta-feira] em função das medidas que forem aprovadas [em Conselho de Ministros]. O Governo fez desta reunião uma formalidade e não quis adiantar nem apresentar nada», criticou.
Segundo Heloísa Apolónia, o que o Governo apresentou foram «as consequências mais gerais do Orçamento», permitindo concluir que «este será talvez um dos orçamentos mais difíceis de aceitar», porque «aquilo que está a ser proposto aos portugueses é extraordinariamente grave, é uma calamidade económica e social».
A deputada do PEV apelou aos portugueses para que se manifestem, defendendo que estes devem responder no Parlamento, «mas também na rua» a esta proposta do Governo.
«Os portugueses têm de se fazer ouvir perante este Governo, porque este Governo é de uma submissão absoluta e até incompreensível aos ditames da União Europeia e está a esquecer os portugueses», disse.
De acordo com Heloísa Apolónia, este Orçamento significa a «destruição» económica e social do país «pela via fiscal, pela via da quebra do investimento público», porque vai «retirar ao máximo poder de compra às populações, destruir completamente o nosso mercado interno e, na verdade, forçar-se na banca».