No festival Meo Sudoeste, centenas de postos de trabalho temporário são ocupados por estudantes.
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Para muitos, esta é a primeira experiência no mundo do trabalho. Enquanto centenas de adolescentes rumaram na última semana ao Alentejo para o festival Meo Sudoeste, outros, igualmente jovens, estão aqui para trabalhar. Mas não é por isso, garantem, que se divertem menos.
Não estão confinados a um balcão ou expositor. Em vez disso passeiam-se livremente pelo recinto na Herdade da Casa Branca, Zambujeira do Mar, para promover marcas, incentivando os festivaleiros a participar em atividades ou distribuindo brindes.
Trabalham em média sete horas por dia, durante todo o festival. Kathleen Barrigão, 19 anos, e Francisca Cunha, de 24, são exceção: Não têm horário de trabalho, mas a sua única função é criar Instastories, fotos ou vídeos curtos que publicam no Instagram da Meo.
Fazem parte de uma equipa de quatro pessoas que tem acesso a todas as áreas do festival para mostrar a todos, através das redes sociais, até "o que não conseguem viver".
"As pessoas vêm ao festival com amigos e quando vão ver as redes sociais o que vêem é um grupo de quatro amigos que está a e o festival tal como eles".
A maioria dos jovens que trabalha no Sudoeste são estudantes que aproveitam as férias para ganhar uns trocos. Não são mal pagos, asseguram mesmo os que não querem revelar valores. Serão entre seis e dez euros por hora.
Foram subcontratados por empresas de promoção de eventos ao serviço das marcas, oportunidade de trabalho que descobriram em grupos de Facebook ou através do 'passa a palavra' entre amigos. Com alojamento, alimentação e transporte assegurados, o que os traz ao Alentejo é mais a música do que o salário.
Terminado o dia de trabalho, antes de se misturar com a multidão para assistir aos últimos concertos da noite, Vaishaly Camões tem de tirar a "farda". A estudante de 20 anos tem um cão insuflável a morder-lhe o traseiro. É bem confortável, assegura, até tem uma ventoinha interna que a mantém fresca.
Tem-se divertido muito mais a trabalhar do que nas horas de folga, garante. "As pessoas são super simpáticas, alinham em tudo", tanto portugueses como estrangeiros.
Antes de sofrer um furo, Manuel Viegas, de 19 anos, usava um fato parecido com o de Vaishaly, mas com um dinossauro. Todos os que abordou foram muito recetivos, diz. Não é difícil "convencer pessoas a fazer figuras estúpidas".
Enquanto Sara, de 25 anos, e Luísa, de 23, destacam a "informalidade do trabalho": atingir festivaleiros com pistolas de água, Francisca, 18 anos, e Carmen, de 19, propõem jogos como corridas de sacos e saltos à corda.
"Foram dias cansativos, mas super divertidos. Como somos jovens ainda aguentamos."
A 22.ª edição do Festival Meo Sudoeste termina na madrugada de domingo. Depois de, em 2017, o festival ter recebido cerca de 200 mil pessoas, a organização estima que o número de festivaleiros seja superado este ano.