"País deve refletir." Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior diz que é preciso avaliar formas de atrair alunos
O número de vagas sobrantes dispararam, o interior continua a ter dificuldades em atrair jovens estudantes e o número de alunos com dificuldades financeiras a concorrer ao Ensino Superior diminuiu. Na TSF, Fontaínhas Fernandes considera que "Portugal deve refletir"
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O presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior defende, em nome da unidade do país e para evitar um abandono ainda maior no interior, que é preciso avaliar formas de atrair estudantes para as universidades fora dos grandes centros urbanos.
“Portugal está a avançar numa queda demográfica, que tem sido compensada nalgumas regiões com a mão de obra migrante. Mas nas regiões de baixa densidade, aí faz-se sentir muito mais essa queda demográfica, portanto, isto é um assunto que o país deve refletir”, considera Fontaínhas Fernandes, em declarações à TSF.
“Não podemos esquecer que as instituições do ensino superior são ancora de esperança para estes territórios de baixa densidade”, insiste.
Os resultados da 1.ª fase do concurso, conhecidos na madrugada deste domingo, mostram uma quebra de mais de 20% nas colocações no interior e nas ilhas. Revelam ainda um aumento da procura por cursos de Educação Básica.
Sobre este aumento, Fontaínhas Fernandes diz que “poderá ajudar a quebrar algumas assimetrias e a dar resposta a um dos desafios que o Ministério da Educação tem: a renovação”.
Já Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, também ouvido pela TSF, afirma que estes números mostram que os jovens olham para a profissão de professor como uma profissão de futuro: "As vagas foram totalmente preenchidas."
O presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior traça uma terceira análise aos resultados conhecidos este domingo, desta vez sobre o número de alunos com dificuldades financeiras a concorrerem às universidades: "Há a pressão do mercado de trabalho, como se sabe. Portugal tem uma carência significativa, em particular nalgumas profissões de recursos humanos e é necessário atrair e tanto a pressão do mercado leva a que muitos destes optem não por fazer a formação superior."
À semelhança dos outros, no próximo ano letivo o problema vai ser a escassez de professores, portanto, vemos aqui um sinal de esperança.
Nesta fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior ficaram colocados 43.899 estudantes, o que corresponde a uma diminuição de 12,1% em relação ao ano passado.