Pais pedem novo alargamento do prazo para renovar matrículas, diretores escolares defendem que "é preciso pôr ordem na casa"
As falhas continuam a registar-se no Portal das Matrículas. Os pais pedem mais tempo para que todos os alunos possam ser matriculados
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O Governo decidiu prolongar até 5 de julho o prazo para a renovação de matrículas do 6.º ao 9.º ano e do 11.º ano de escolaridade devido aos constrangimentos no Portal das Matrículas. No entanto, as dificuldades continuam. Por isso, a Confederação de Pais pede um novo alargamento
do prazo devido às falhas que continuam a registar-se no portal. Em declarações à TSF, a presidente da CONFAP, Mariana Carvalho, já pediu medidas urgentes ao Ministério da Educação e sugere agora mais tempo para que todos os alunos possam ser matriculados.
"Para já, percebemos que existem questões técnicas que nem sempre são possíveis de ultrapassar, então precisamos do alargamento do prazo - é uma das medidas que poderá ser equacionada - para que as famílias fiquem tranquilas e consigam realizar as matrículas. O que está em causa é o nível técnico, é o serviço e não propriamente o tempo que as famílias demorarão. Agora, se tivermos a garantia que existe resolução do problema, mais uns dias são suficientes para que as famílias consigam matricular", explica à TSF Mariana Carvalho.
O prazo para as matrículas do 6.º ao 9.º e do 11º ano termina esta sexta-feira, depois de já ter sido alargado pelo Ministério da Educação. No entanto, Mariana Carvalho conta que as queixas continuam.
"Os pais e encarregados de educação ainda estão com dificuldades e muitas vezes não conseguem mesmo efetivar a matrícula. Temos vários relatos e também dificuldades no acesso e na efetivação das matrículas para o ensino articulado também, portanto, há aqui vários constrangimentos. Já reportámos também ao Ministério da Educação e já solicitámos pedir medidas urgentes para que seja resolvido. Nós temos de comunicar com as famílias, com os pais e encarregados de educação para apaziguar e garantir que nenhum aluno fica sem matrícula", sublinha.
Ouvido também pela TSF, o presidente da Associação de Diretores e Agrupamentos de Escolas Públicas adianta que, na quarta-feira, o Portal das Matrículas já registou melhorias, mas Filinto Lima admite um alargamento do prazo.
"No dia de ontem, o programa permaneceu estável, ou seja, as escolas e os pais puderam ter acesso ao mesmo para fazer a matrícula. Agora, há que pensar, sobretudo, durante o dia de hoje se é necessário, ou não, prolongar, mais uma vez, o prazo das matrículas, que já foi prolongado por uma vez. Penso que era prudente, era aconselhável aguardar pelo menos pela manhã de hoje para perceber como é que o programa se vai comportar. Ontem, já deu sinais positivos, não comprometendo o trabalho das escolas nem a ansiedade natural que os pais vivem neste momento, que é ter a possibilidade de matricular os seus filhos", refere.
Filinto Lima reafirma as queixas quanto ao sistema informático das escolas. O presidente dos diretores de agrupamentos de escolas públicas defende que é preciso "pôr ordem na casa".
"É preciso pôr mão, pôr ordem no digital, no lado informático da parte do Ministério da Educação. Há programas que não funcionam, sabemos que há duas empresas que, desde março, estão a tratar da situação. Estamos já em julho, já era tempo de essas empresas - julgamos nós - de porem a casa em ordem. É preciso chamar à razão as empresas que estão a ser pagas pelo dinheiro de nós todos, da parte do Ministério da Educação, e não estão a fazer o trabalho que deviam fazer", acrescenta.