PAN dialoga "com qualquer partido", mas admite dificuldades na "convergência"
André Silva notou que o "diálogo" e um eventual "acordo ou convergência" estão separados por passos diferentes, até porque "o PAN tem, em vários setores, uma visão muita distinta dos outros partidos, nomeadamente do PS".
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O porta-voz do PAN afirmou esta sexta-feira estar "disponível para falar com qualquer partido para qualquer solução" após as eleições, independentemente da relevância do partido "para a matemática parlamentar de governação", mas alertou para a perspetiva de dificuldades na "convergência".
"O PAN quer mais responsabilidades e a cada momento saberá assumi-las. Em função do resultado eleitoral, independentemente de contarmos, ou não, para a matemática parlamentar de governação, o PAN está disponível para falar com qualquer partido para qualquer solução", afirmou André Silva aos jornalistas no Porto, onde quer eleger pelo menos um deputado, à margem da apresentação do programa eleitoral para as Legislativas de 6 de outubro.
André Silva notou que o "diálogo" e um eventual "acordo ou convergência" estão separados por passos diferentes, até porque "o PAN tem, em vários setores, uma visão muita distinta dos outros partidos, nomeadamente do PS" e isso significa que "não se avizinha propriamente um cenário fácil".
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"Do falar a chegar a acordo ou convergência vai um passo distinto. Não se avizinha propriamente um cenário fácil. O que reitero é a disponibilidade para falarmos com todas as forças políticas", frisou.
De acordo com André Silva, a hipótese de diálogo "não está descartada" nem "nunca esteve", mas também não está "mais presente", existindo "como sempre existiu".
"Muitas das medidas conseguidas nesta legislatura foram feitas à custa de o PAN [que nas Legislativas de 2015 elegeu pela primeira vez um deputado para a Assembleia da República] ir bater à porta de outros partidos", explicou.
Questionado sobre a probabilidade de, atualmente, serem os outros partidos a bater à porta do PAN, André Silva disse que "pode acontecer".
"Quando isso acontecer, porque as pessoas estão fartas de sectarismos e o PAN quer fazer um diálogo construtivo, vamos perceber se há situações de entendimento, seja para soluções de governação, ou para fazer avançar medidas", garantiu.
De acordo com André Silva, a questão é "mudar forma de fazer política". "O PAN quer encarar a política de uma forma mais construtiva porque todas as forças politicas são importantes", notou.
Quanto à hipótese de o PAN ser uma base de apoio a uma solução governativa do PS, André Silva afirmou que é "cedo para falar de qualquer cenário". "O PS ainda não ganhou as eleições e o PAN não elegeu nenhum deputado", alertou, afirmando que um bom resultado para o seu partido é "alargar o resultado da representação parlamentar".
"Em função dos resultados é que se podem prever cenários", frisou.
Questionado sobre críticas feitas pela coordenadora do BE, em entrevista à TVI na quinta-feira, pelo facto de o PAN não ser de direita nem de esquerda, André Silva frisou que "o PAN não se revê nas categorizações esgotadas de direita e esquerda". "Consideramo-nos um partido progressista pós-esquerda e direita", observou.
André Silva acrescentou que "o PAN quer ser avaliado pelas medidas que tem apresentado e pelas que estão no programa eleitoral".
"É assim que vamos olhar para os outros partidos, independentemente das caixas onde os partidos se queiram colocar", frisou.