PAN não irá votar a favor do OE2023 e pede "mais apoios diretos" para as famílias e empresas
Inês Sousa Real afirma que "não basta atribuir os 125 euros", sendo "fundamental fazer o acompanhamento daquilo que é o mínimo de existência para as famílias".
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Inês Sousa Real garante que o PAN não vai votar a favor do Orçamento para 2023, considerando que os 125 euros atribuídos pelo Governo para apoiar as famílias não são suficientes. Para a deputada única do PAN são precisos "mais apoios diretos" para as famílias e as empresas.
"Neste momento, estamos a analisar [a proposta do Orçamento do Estado para 2023] com a nossa comissão política nacional. Não nos iremos demitir de fazer o nosso papel na especialidade e apresentar propostas. Está tudo em aberto, sendo que não iremos acompanhar de ponto de vista favorável este orçamento", explicou Inês Sousa Real à saída de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém.
"Não basta atribuir os 125 euros, é fundamental fazer o acompanhamento daquilo que é o mínimo de existência para as famílias e apoios mais diretos para as famílias e empresas", afirmou a deputada única do PAN, sublinhando que "não podemos ter um Governo que continua a dar uma mão às empresas que mais poluem e mais lucram à conta da asfixia fiscal para as famílias e empresas".
Inês Sousa Real queixou-se também de medidas que foram propostas e negociadas pelo PAN e não foram cumpridas pelo Governo, como é o caso do programa "Housing First".
Já sobre os casos de abuso sexual na Igreja, a deputada do PAN disse que o tema não foi abordado na audiência com o chefe de Estado, mas lamentou as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa.
"Lamentamos profundamente aquilo que foram as declarações do senhor Presidente. Achamos que as vítimas merecem outro tipo de compromisso por parte das instituições do Estado na reposição dos seus direitos e do reconhecimento da dimensão destes crimes."
"O abuso sexual de menores é um crime de uma natureza extremamente grave. Em política todos podemos ter expressões menos felizes, mas devemos reconhecê-las e devemos precisamente pedir desculpa. Esperamos isso de Marcelo Rebelo de Sousa", declarou Inês de Sousa Real.
A porta-voz e deputada única do PAN acrescentou: "E tendo em conta que o Presidente ao longo de todo o seu mandato tem revelado sensibilidade para matérias como a pobreza, as vulnerabilidade, esperamos que sim, que o faça, até porque as crianças devem ver prevalecer o superior interesse dos seus direitos."
O Presidente da República afirmou na terça-feira não estar surpreendido com as 424 queixas de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica e considerou que não é um número "particularmente elevado" comparado com "milhares de casos" noutros países.