Com a origem do surto de legionella ainda por descobrir, Acácio Rodrigues, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, defende que as autoridades não devem excluir nenhuma hipótese.
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O investigador sublinha que a pandemia pode ter potenciado este surto, muitos edifícios estiveram fechados e não foram inspecionados. "Os possíveis focos de legionella podem ser múltiplos, as autoridades não podem excluir mesmo aquelas fontes menos prováveis. Há múltiplas justificações sobretudo nos equipamentos industriais, sobretudo as torres de arrefecimento em grandes empresas, porque estão equipamentos envelhecidos, se não forem alvo das manutenções adequadas e se estiverem parados... Nem é preciso que estes equipamentos tenham estado parados, basta que não tenham sido alvo das manutenções adequadas ou com a periodicidade adequada, etc. Com uma circunstancia como a que estamos a viver da pandemia, não facilita e é compreensível a adoção dessas medidas, até porque se for preciso recorrerem a empresas terceiras para prestarem esses serviços podem até não estar disponíveis no momento."
Acácio Rodrigues, que estuda a bactéria da legionella há várias décadas, também é investigador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde - CINTESIS, defende que o selo Covid free deve incluir a despistagem da legionella. "Entre outras coisas triadas deve estar incluído este despiste da legionella, nomeadamente agora que se antevê, por exemplo, que muitos estabelecimentos hoteleiros vão ser novamente encerrados por mais tempos, isto não pode ser excluído. Era muito mau para o país e para a economia e retoma do turismo que começassem a surgir surtos numa fazer pós-retoma e que tenham grande impacto a nível internacional".
O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto sublinha que sem os devidos cuidados alguns espaços podem ser a tempestade perfeita para o aparecimento de surtos de legionela. " Tudo o que sejam hotéis, estabelecimentos termais, ginásios, piscinas que ficam encerrados, quando reabrirem vão ter que ter cuidados redobrados para evitar o aparecimento de surtos. Senão temos a tempestade perfeita".
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Acácio Rodrigues alerta que ao longo de todo o ano registam-se casos de legionela, é fundamental apostar na prevenção, para depois não correr atrás do prejuízo. "É preciso que as autoridades se antecipem na prevenção. Há sempre surtos de legionella ao longo do ano, muitas vezes casos esporádicos ou pequenos surtos e nem sempre se encontra a origem".
O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e investigador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde afirma que nada pode ser excluído para encontrar a origem deste surto no norte do país e que já provocou 7 mortes e provocou mais de 70 infeções.