O advogado das vítimas da Casa Pia, Miguel Matias, manifestou-se esta sexta-feira satisfeito com o veredicto lido em julgamento, porque o tribunal deu razão aos jovens casapianos e provou que foram os arguidos que mentiram.
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«Para eles (vítimas) a sentença é um lavar de alma», declarou aos jornalistas Miguel Matias, à saída das Varas Criminais de Lisboa, no Campus de Justiça, onde foram condenados seis dos sete arguidos deste processo.
O advogado lembrou que os jovens foram chamados de «mentirosos durante todo este processo, mas afinal quem mentiu foram os arguidos, conforme resulta do acórdão».
Miguel Matias desvalorizou a questão das indemnizações atribuídas às vitimas alegando que não foi isso que moveu os jovens casapianos.
Já o ex-casapiano Pedro Namora ficou satisfeito com as condenações, não com as penas aplicadas, que considerou «baixíssimas».
«Penso que para os crimes de violação deviam ser 70 ou 700 anos, porque acho absolutamente inadmissível», acrescentou.
O julgamento do processo de abusos sexuais na Casa Pia chegou esta sexta-feira ao fim com a leitura do acórdão final, quase seis anos depois de ter começado.
Em tribunal responderam os arguidos Carlos Silvino, ex-motorista da Casa Pia, o ex-provedor da instituição Manuel Abrantes, o médico João Ferreira Diniz, o advogado Hugo Marçal, o apresentador de televisão Carlos Cruz, o embaixador Jorge Ritto e Gertrudes Nunes, dona de uma casa em Elvas onde alegadamente ocorreram abusos sexuais.
Seis dos arguidos foram condenados a penas de prisão efetiva, enquanto Gerturdes Nunes foi absolvida.
O colectivo de juízes do caso Casa Pia determinou também, na leitura do acórdão, que seis dos arguidos têm que indemnizar as vítimas com valores que variam, para cada uma, entre 15 mil e 25 mil euros, mas foram absolvidos de indemnizações cíveis.