"Para lá do razoável." Sindicato dos Enfermeiros denuncia imposição de horários de 12 horas aos profissionais
No Serviço de Urgência Básica de Loulé não há profissionais para preencher todos os turnos
Corpo do artigo
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) garante que há meses que o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Loulé está a ser suportada com recurso a trabalho extraordinário. Esta situação decorre devido a ausências justificadas de quatro enfermeiros que, até hoje, não foram substituídos.
"Perante o caos, a administração da ULS ao invés de contratar enfermeiros para garantir o cumprimento do Regulamento de Horários (turnos de 8 horas), propôs/impôs que os enfermeiros façam 12 horas", diz o sindicato em comunicado. "Foi perguntado aos enfermeiros quais estariam dispostos a acrescer ao horário das 12 horas, a maioria foi contra, queria manter as 8 horas, no entanto o horário de fins de julho e agosto já tinha sido alterado e foi imposto aos colegas que trabalhassem turnos de 12 horas", conta à TSF a dirigente sindical.
Sónia Lopes afirma que mesmo com esta imposição, "há 11 turnos a descoberto já com os horários de 12 horas. Antes disso, [se estivesse em vigor o horário de 8 horas] rondavam os 40 a 50 turnos a descoberto", garante.
O Sindicato dos Enfermeiros lembra que já teve uma reunião marcada com a ULS para o dia 23 de julho, que foi desmarcada e ainda não tem nova data agendada. Sónia Lopes considera que a situação é ainda mais injusta porque um enfermeiro só pode largar o seu posto de trabalho quando é rendido por outro profissional.
"Se eu não tenho uma rendição tenho que fazer o quê? 18, 24, 48 horas?", questiona. "Isto começa a ser para lá do razoável", lamenta.
O Sindicato pede uma solução que passa pela contratação de mais enfermeiros e diz ser "inaceitável que a administração da ULS faça muito pouco para resolver os problemas dos enfermeiros e dos doentes/utentes a não ser carregar os enfermeiros com mais trabalho".
A TSF aguarda explicações da administração da ULS Algarve.