"Para não correr riscos", utentes já fazem fila à porta das farmácias para serem vacinados
A campanha de vacinação sazonal arranca esta terça-feira com o lema "Vacine-se e proteja os momentos mais importantes". A TSF foi à Farmácia Alves, no Porto, onde está tudo pronto para o arranque e onde não se prevê que falte stock de vacinas
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Maria Cândida Duarte é a primeira a entrar na farmácia para a campanha de vacinação sazonal deste ano. A utente, de 78 anos, conta à TSF que quis vir logo de manhã para despachar o assunto e para "não correr riscos". "Eu tinha muitos problemas [de saúde] e [ainda] tenho. Se me vacinar, já tenho menos probabilidade de me constipar", afirma.
A Farmácia Alves, na zona do Carvalhido, abriu portas às 9h00. Cerca de meia hora depois, meia dúzia de mulheres já estavam no estabelecimento para serem vacinadas. Todas queriam a vacina contra a gripe, mas, no caso da vacina contra a Covid-19, o cenário era outro. "Já tomei uma vez e basta", diz Fernanda Fernandes, uma das utentes, com 73 anos.
A toma das vacinas contra a Covid-19 tem vindo a diminuir ao longo dos anos, um facto destacado à TSF pela presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino: "Nos anos da pandemia, tínhamos uma cobertura vacinal acima dos 90% e [no ano passado] estávamos à volta dos 55%, o que contrasta com a gripe, onde, efetivamente, para as idades mais avançadas, temos mantido sempre uma cobertura acima dos 80%."
Ema Paulino considera que esta descida na procura pode estar relacionada com "uma menor perceção da circulação do próprio vírus" e com uma "saturação vacinal". "Ou seja, as pessoas tomaram várias doses, podem achar que agora já não é necessária uma nova dose. É importante sensibilizar para que de facto a imunidade vai diminuindo ao longo do tempo e é preciso fazer reforços", sublinha igualmente.
A diretora da farmácia, Maria Teresa Almeida, também nota esta descida na procura e considera importante que os utentes escolham as duas opções: "As vacinas salvam vidas."
A nossa prevenção e a nossa proteção dependem de todos. Se todos nos vacinarmos, temos uma imunidade de grupo que protege aqueles que ainda não têm idade para serem vacinados ou que ainda não podem ser vacinados
A responsável pela farmácia diz que há vacinas suficientes para o arranque desta campanha, com 60 doses para a Covid-19 e 200 contra a gripe, todas prontas a serem administradas. A farmacêutica deixa ainda uma garantia: "Não faltam vacinas no país, as pessoas podem estar tranquilas porque não é expectável que haja alguma escassez de vacinas."
Os utentes entre os 60 e os 84 anos podem escolher entre serem vacinados nos centros de saúde ou na farmácia. Quem preferir uma farmácia pode usar o agendamento eletrónico da plataforma das Farmácias Portuguesas. Em caso de alguns estabelecimentos, como a Farmácia Alves, pode também ligar ou dirigir-se à farmácia.
Já os restantes utentes, ou seja, bebés, crianças e utentes com 85 anos ou mais, devem fazê-lo nos centros de saúde.
Este ano, a DGS quer vacinar quatro milhões de pessoas até ao Natal. À TSF, o subdiretor-geral da Saúde, André Peralta Santos, afirma que já estão disponíveis, nos centros de saúde, "cerca de um milhão de doses de vacinas para a gripe e cerca de dois milhões de doses para as vacinas para a Covid-19". "Nós temos doses suficientes para todas as pessoas que se queiram vacinar e que estejam dentro dos grupos elegíveis", assegura.
